BUENOS AIRES (Reuters) – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou na quinta-feira que instruiu a equipe do Fundo a dar continuidade às negociações que permitam alcançar um programa de apoio para a Argentina depois de se reunir em Washington com o ministro da Fazenda do país, Nicolás Dujovne.
“O ministro Dujovne e eu concordamos que nosso objetivo comum é chegar a uma conclusão rápida dessas discussões”, disse Lagarde em um comunicado, afirmando que apoia as reformas do presidente Mauricio Macri até agora e que o FMI está “pronto para continuar ajudando o governo”.
Dujovne disse em um comunicado posterior que a Argentina e o FMI concordaram em não divulgar publicamente o valor do financiamento buscado ou as condições até que se alcance um acordo entre ambas as partes.
O governo de Macri disse na quarta-feira que buscava um acordo financeiro do tipo “stand-by” (SBA na sigla em inglês) de alto acesso do FMI.
O Fundo descreve os SBAs de alto acesso como um seguro frente a possíveis necessidades de financiamento muito altas que se usam quando um país não tem a intenção de utilizar o valor obtido, mas tem a opção de fazê-lo em caso de necessidade.
A Argentina solicitou a ajuda do FMI no início desta semana, depois de o peso ter atingido mínimas históricas. O país enfrenta uma das taxas de inflação mais altas do mundo e uma fuga generalizada de fundos entre as economias emergentes.
Recorrer ao FMI é uma manobra politicamente arriscada para Macri. Muitos argentinos culpam o FMI por impor políticas no país que levaram a uma profunda crise financeira em 2001 e 2002.
(Reportagem de Caroline Stauffer e Luc Cohen)