O evento do Fórum Econômico Mundial (FEM) se encerra amanhã (21) com chefes de estado, de governo, CEOs e demais líderes presos aos mesmos desafios dos anos anteriores: como lidar com as questões inevitáveis dos extremos climáticos e, claro, a pandemia. O encontro começou na segunda-feira (17) e segue virtual, só voltando para Davos, na Suíça, quando as condições sanitárias permitirem.
Confira a agenda.
Entre as iniciativas, estão os esforços para acelerar a corrida para zerar as emissões líquidas de gás carbônico (CO2), garantir a oportunidade econômica de soluções positivas para a natureza, criar resiliência cibernética, fortalecer cadeias de valor globais, construir economias em mercados frágeis por meio de investimentos humanitários, preencher a lacuna de fabricação de vacinas, usar soluções de dados para se preparar para a próxima pandemia e abrir diálogos diplomáticos entre as nações.
América LatinaA atual prioridade do continente é pavimentar a retomada econômica e social para além das perdas pré-pandêmicas, afirmaram 5 presidentes latino-americanos em rodada de debates na quarta-feira (19). Participaram os presidentes latino-americanos – Iván Duque (Colômbia), Carlos Alvarado Quesada (Costa Rica), Guillermo Lasso (Equador), Alejandro Giammattei (Guatemala) e Pedro Castillo (Peru), além de Marisol Argueta de Barillas, ministra das Relações Exteriores de El Salvador e Mauricio Claver-Carone, presidente do BID (Banco Inter-Americano de Desenvolvimento). O evento não conta com o presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro da Economia, Paulo Guedes, representará o Brasil. Um destaque do evento foi de Celso Athayde, fundador da Central Única das favelas (CUFA) e atual CEO da Favela Holding que foi vencedor do Prêmio na categoria de Empreendedor Social pela Schwab, passando a integrar a comunidade de inovadores sociais ligada ao Fórum Econômico Mundial.
O que já foi dito
Bill Gates
Para o fundador da Microsoft, o bilionário Bill Gates, as empresas tem papel fundamental na guinada verde global. “Juntar essas novas tecnologias com as grandes empresas, que têm habilidades para construir essas coisas em escala, vejo isso como uma agenda urgente”, disse Gates. O enviado climático dos EUA, John Kerry, acrescentou que seriam necessários investimentos e descobertas do setor privado para tirar o mundo “desse buraco”. Gates explicou que existem desenvolvimentos ecologicamente corretos em áreas como hidrogênio verde, captura direta de ar e combustível de aviação limpo, mas as empresas precisam ajudar a construir e se tornarem clientes desses produtos para torná-los acessíveis. “Nenhum governo no mundo tem a quantidade de dinheiro que precisamos para afetar essa transição”, afirmou o empresário.
China
Em 17 de janeiro, presidente da China, Xi Jinping, pediu que os países abandonem a mentalidade da Guerra Fria para buscar a coexistência pacífica, assim todos saem ganhando. A afirmação é a uma alusão a tensão entre a Pequim e Washington sobre Taiwan, que pode trazer prejuízos econômicos e políticos para a Ásia. O discurso especial de Xi no evento também abordou uma série de questões, incluindo um de cooperação internacional para derrotar conjuntamente a pandemia de covid-19.
Fauci
Dr. Anthony Fauci, médico do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, explicou que ainda é cedo para cravar que a variante ômicron marca a onda final da pandemia de covid-19. Para ele, a questão da pandemia ainda está em aberto. Para ele, mesmo que essa seja uma variante final, é improvável que isso signifique o fim do jogo inteiramente para o vírus. Pelo contrário, permanecerá presente na sociedade em um nível endêmico. “Controle significa que você o tem presente, mas está presente em um nível que não perturba a sociedade”, disse Fauci. “Essa é a minha definição do que significa endemicidade”, completou.
Relatório da desigualdade
Para o relatório do FEM, publicado em 18 de janeiro, a pandemia trouxe consequências econômicas e sociais. A começar pela discrepância na distribuição de vacinas entre os países que resulta em uma recuperação econômica distorcida, podendo resultar em mais agravamentos das tensões geopolíticas. O documento reuniu quase mil especialistas e líderes globais da academia, empresas, sociedade civil, governos e outras organizações que disseram que os riscos sociais pioraram. Economistas notaram insegurança no emprego da população e que os jovens não tiveram meios para frequentar a educação online devido a bloqueios.
Nota-se que os países mais ricos tiveram acesso antecipado aos imunizantes e muitos já estão administrando sua terceira dose, ou mesmo quarta. Enquanto isso, os empobrecidos buscam seus primeiros lotes. Na Etiópia, apenas 1,3% da população está totalmente vacinada. Na Nigéria, 2,1%, segundo o Our World in Data. Em comparação, nos EUA 62% estão com ciclo completo. Nos Emirados Árabes Unidos e em Portugal, 90%.