Em algumas circunstâncias ainda desconhecidas a variante ômicron pode ser mais complicada que o sugerido pelas pesquisas. Nesta quinta-feira (20), a ocupação dos leitos de UTI para covid-19 na cidade de Bragança Paulista (SP) atingiu 100%, informou a Secretaria Municipal de Saúde. Os 17 leitos ocupados são para atendimento regional só para pacintes da pandemia, sendo 10 deles na Santa Casa Bragança e 7 na Santa Casa da cidade de Socorro. Os novos casos estão sendo transferidos até a abertura de novos leitos.
O boletim registrou ainda uma nova morte de covid-19. A vítima é um paciente do sexo masculino, de 79 anos, que estava em sua residência. O caso ocorreu na segunda-feira (17) e foi o segundo registrada em 2022. Desde o inicio da pandemia, 594 pessoas morreram na cidade.
A situação de Bragança não é isolada. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou piora no quadro de leitos de UTI para pacientes adultos com covid-19 no Brasil, em meio à disparada dos casos da doença desde o começo do ano. A análise consta do novo Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, da quarta-feira (19). O aumento no número de casos no país coincide com a chegada da variante ômicron, mais transmissível.
No boletim, que abrange de 2 a 15 de janeiro, a Fiocruz alerta que, nessas duas semanas, a média diária de registros subiu para 49 mil, seis vezes acima do observado no início de dezembro. A fundação destacou que, graças à vacinação, que mostrou ritmo mais ágil a partir de meados do ano passado, os óbitos não acompanharam o crescimento dos casos.
Para piorar, o estado de São Paulo registrou nos últimos dois meses uma forte alta nas internações de crianças e adolescentes em leitos de terapia intensiva. As estatísticas do Censo Covid, da Secretaria de Estado da Saúde, mostram aumento de 61,3% no número de pacientes com menos de 18 anos nas UTIs, na comparação entre 17 de janeiro de 2022 e 15 de novembro de 2021.