SÃO PAULO (Reuters) – O dólar mantinha nesta quarta-feira a trajetória de alta dos últimos dias ante o real, acompanhando o cenário externo, em meio a temores de que os juros nos Estados Unidos possam subir mais do que o esperado, já que altas adicionais influenciam o fluxo global de recursos.
Às 12:19, o dólar avançava 0,60 por cento, a 3,6828 reais na venda, depois de acumular alta de 3,22 por cento nos últimos três dias. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6901 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento.
“A intenção do banco central norte-americano em continuar com seu gradualismo na condução da política monetária ainda gera muitas dúvidas… Consenso mesmo é que o Fed deve anunciar seu segundo aumento do juro em junho”, afirmou a Advanced Corretora em relatório.
Na véspera, os dados de vendas do varejo norte-americano elevaram as apostas para três novas altas de juros neste ano, somando-se à que foi feita em março pelo Federal Reserve. Mas, nesta quarta-feira, os dados da produção industrial de abril, embora tenham vindo mais fortes do que as projeções, trouxe revisões em baixa dos números de meses passados.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, mas perdeu força após os dados da produção industrial. A moeda norte-americana operava mista ante divisas de emergentes.
O rendimento do Treasury dos Estados Unidos de 10 anos abandonou a queda de mais cedo e subia, mantendo-se acima do nível de 3 por cento, o que ajudava a pressionar o câmbio.
O Banco Central brasileiro realizou e vendeu nesta sessão a oferta integral de até 5 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Com isso, já colocou o equivalente a 750 milhões de dólares adicionais no mercado.
A autoridade também vendeu a oferta integral de até 4.225 de swaps para rolagem do vencimento de junho. Dessa forma, já rolou 3,96 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vencem mês que vem.
Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.
(Por Claudia Violante)