Nova cadência de produção se adequa às condições orçamentárias da Defesa sem comprometer linha de produção. Cada avião custa no mínimo US$ 85 milhões
A Força Aérea Brasileira (FAB) reduziu de 28 para 22 a quantidade de aeronaves de transporte militar multimissão KC-390 Millenium a serem adquiridas da Embraer. O acordo foi divulgado nesta quarta-feira (9) e prevê entregas até 2034. De acordo com a fabricante, a nova cadência de produção se adequa às condições orçamentárias da FAB, ao mesmo tempo em que permite um melhor planejamento de longo prazo junto aos seus fornecedores.
Não foi a primeira mudança da encomenda da FAB. Em 2021, a FAB tentou reduzir a encomenda de 28 para 15 unidades. A decisão foi contestada na Justiça pela Embraer, que perderia dinheiro por ter financiado um projeto diante da garantia de compras mínimas que gerariam contratos de manutenção que garantiriam uma cadeia de suprimentos para vendas internacionais competitivas. A encomenda inicial somava R$ 7,2 bilhões.
Transporte tático
O KC-390 é capaz de diversas missões, incluindo apoio humanitário, evacuação aeromédica, busca e salvamento, reabastecimento em voo e, o principal, transporte e lançamento de carga e tropas (80 soldados equipados). Com capacidade de pouso em pistas precárias, a aeronave tem sido empregada com sucesso em missões humanitárias da FAB tanto no Brasil, no combate à pandemia de covid-19, quanto no exterior, em apoio às populações atingidas por desastres no Líbano e no Haiti. Sua capacidade de carga é de 2 toneladas e alcance com peso máximo de 2.800 quilômetros.
O primeiro voo de teste ocorreu em 2015. Foram entregues 5 unidades, incluindo as de pré-série e vendidos 31 exemplares, já descontadas as desistências das FAB. A aeronave foi encomendada por Portugal e Hungria, integrantes da Organização o Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Foram assinadas cartas de intenção de compra por Argentina, Colômbia, Chile, Itália, República Tcheca e Suécia. A Embraer também negocia com Emirados Árabes, Polônia e Ucrânia. Alemanha e Nova Zelândia optaram pelo cargueiro americano Lockheed C-130 Hercules. O KC-390 é a maior aeronave projetada e construída no Brasil, concorrendo com cargueiros militares como o veterano C-130 e os modernos Airbus A400M e Antonov An-178. Argentina, Portugal e República Tcheca foram parceiras no projeto. Cada aparelho custaria entre US$ 85 milhões e US$ 100 milhões.
