BRASÍLIA (Reuters) – O ex-ministro José Dirceu entregou-se nesta sexta-feira à Polícia Federal, em Brasília, informou sua defesa, para cumprir pena de mais de 30 anos de prisão em processo relacionado à operação Lava Jato.
A prisão foi determinada na quinta-feira pela juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, que em sua decisão autorizou a transferência de Dirceu para o sistema prisional de Curitiba, para a ala prisional reservada aos presos da Lava Jato.
Na decisão, a magistrada determinava que o ex-ministro se entregasse à PF em Brasília até às 17h desta sexta-feira, prazo limite a partir do qual a autoridade policial deveria cumprir o mandado.
A juíza não descartou, no entanto, a possibilidade futura de Dirceu cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
A prisão foi decretada após decisão anterior na própria quinta-feira da 4ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que negou o último recurso do ex-líder petista e determinou a execução imediata da pena.
A juíza substituta de Moro argumentou, na decisão que determinou a prisão, que o ex-ministro recebeu “vantagem indevida, com enriquecimento individual”, enquanto era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal do mensalão do PT. Esse fato, frisou, ilustra a “necessidade de iniciar o cumprimento da pena por seu efeito dissuasório”.
Em nota, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) informou que Dirceu está no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda, em bloco da unidade destinado a ex-policiais, idosos, políticos, e presos com ensino superior e deve permanecer em uma cela coletiva.
José Dirceu foi uma influente liderança petista e ministro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também preso, em Curitiba.
(Reportagem de Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)