Os negociadores elaboram uma estrutura para um tratado vinculativo que, segundo diplomatas, é o pacto ambiental mais ambicioso desde o Acordo Climático de Paris de 2015
Mais de 100 países vão se reunir a partir de segunda-feira (28) no Quênia para dar os primeiros passos em direção a um tratado internacional “histórico” para enfrentar a crise do plástico que atinge o planeta.
A poluição por plásticos se estende desde resíduos no gelo do Ártico, até pedaços que machucam as barrigas das baleias, e também afeta a atmosfera da Terra, aumentando a pressão sobre os governos para que tomem ações conjuntas contra essa praga.
Plano
Os negociadores elaboram uma estrutura para um tratado vinculativo que, segundo diplomatas, é o pacto ambiental mais ambicioso desde o Acordo Climático de Paris de 2015. “Este é um momento histórico, é algo para entrar nos livros de história”, exaltou essa semana Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Resta definir qual será o verdadeiro alcance deste tratado, pois há várias propostas em desenvolvimento para a Cúpula das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ANUE), que começa nesta segunda-feira em Nairóbi. No processo, vários líderes mundiais e ministros do Meio Ambiente se reunirão pessoalmente e também em encontros virtuais para iniciar a jornada com a nomeação de um comitê de negociação para ajustar os detalhes das políticas para os próximos dois anos.
Mais de 50 países, incluindo cientistas, empresários e grupos ambientalistas, pediram o endurecimento das regulamentações do setor e a redução do plástico que chega ao meio ambiente. Uma possibilidade é limitar a produção de novos plásticos, que são feitos de petróleo e gás, e cuja produção pode dobrar até 2024. Também está contemplado o remodelamento de produtos para torná-los mais fáceis de reciclar e a eliminação de itens de plástico de uso único.