Estatística indica que regimes autoritários ocultam mortes
A revista The Economist mostrou que as estatísticas da covid-19 podem esconder milhares de mortes. A variação estatística irregular provou ser uma ferramenta forense poderosa para detectar possíveis fraudes em pesquisas acadêmicas, declarações contábeis e apurações eleitorais. Agora, técnicas semelhantes estão ajudando a encontrar um novo subgênero de números falsos: os de vítimas fatais da covid-19. Essa é a conclusão de um estudo do pesquisador Dmitry Kobak, a ser publicado na revista de estatísticas Significance. Kobak tem afinidade por este tipo de estudo – ele já havia demonstrado fraudes nas eleições russas com base em registros anômalos de assembleias de voto. Seu último trabalho examina como a quantidade de mortos relatados varia ao longo do tempo. Ele descobriu que essa variação é suspeitamente baixa em um punhado de países – quase exclusivamente aqueles sem uma sociedade democrática ou uma imprensa livre. A lista é grande e variada: Albânia, Arábia Saudita, Argélia, Azerbaijão, Belarus, Camboja, Egito, El Salvador, Líbano, Mongólia, Rússia, Sérvia, Síria, Quirguistão, Turquia, Uzbequistão e Venezuela,
Foi mesmo no mercado de Wuhan
Um estudo preliminar reforça a teoria de que a covid surgiu mesmo por meio da transmissão de animais para humanos no mercado de carnes frescas, em Wuhan, na China. A análise ainda precisa passar por revisão de outros cientistas e ser publicado em uma revista científica. “Concluímos que o mercado de Huanan [na cidade de Wuhan] foi de fato o epicentro do surgimento do covid-19”, dizem os autores. A versão preprint foi publicada no sábado (26), na plataforma Zenodo. O trabalho foi desenvolvido por cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Holanda, Bélgica e Austrália.
O que MONEY REPORT publicou na semana
- Bolsonaro quer rebaixar status da pandemia
- 2020 a 2022: um biênio que, de tão longo, mais parece uma década
- Trabalho híbrido melhorou desempenho da Salesforce
- Bolsonaro é investigado por associar vacina da covid à aids
- Como o segundo ano sem Carnaval vai impactar a economia brasileira
- Paulo Maluf recebeu alta hospitalar
Contaminações no Carnaval determinarão uso de máscaras
O Governo de São Paulo já discute a possibilidade de flexibilizar o uso de máscaras. Para tanto, aguarda com expectativa o comportamento das curvas que indicam crescimento ou queda dos casos, internações e mortes por covid. A esperança é que o comportamento das pessoas no Carnaval não altere significativamente a tendência geral de queda verificada no estado.
Ômicron x gripe
A variante ômicron da covid-19 é pelo menos 40% mais mortal do que a gripe sazonal, segundo cientistas japoneses, que destacam o perigo de suspender as restrições sanitárias, subestimando os riscos do vírus. A taxa de mortalidade de casos de ômicron no Japão, com base no acumulado de mortes e na quantidade de infecções desde janeiro, foi de cerca de 0,13%, de acordo com uma análise de cientistas que aconselham o Ministério da Saúde. Embora este índice seja significativamente menor que a taxa de mortalidade de 4,25% do início do surto, ainda é maior do que o máximo de 0,09% observado na gripe sazonal.
Painel Coronavírus
Vacinados*
• 10,83 bilhões de doses administradas (137,48% da população global — cumulativo, incluindo doses de reforço e estoques)
• 4,95 bilhões de pessoas atendidas (63,1% da população mundial)
• 86,6 milhões de pessoas nos países de baixa renda (14,43% entre os mais pobres)
• 399,17 milhões de doses aplicadas no Brasil (187,14% da população)
Primeira dose*
• 580,59 milhões no mundo (7,37% da população com a primeira dose)
• 44,50 milhões nos países de baixa renda (6,69% entre os mais pobres)
• 22,6 milhões no Brasil (10,59% da população)
Segunda dose*
• 4,39 bilhões no mundo (55,78% da população)
• 42,10 milhões nos países de baixa renda (6,33% entre os mais pobres). Dado corrigido. Na semana anterior eram 52,72 milhões ( 7,93%)
• 155,38 milhões no Brasil (72,84% da população)
Doses de reforço*
• 1,41 bilhão no mundo (17,91% da população)
• 65,8 milhões no Brasil (30,84% da população)
Casos no Brasil
• 28.973.799 – acumulado
• 43.365 – média móvel dos últimos 7 dias encerrados em 04/03 (-52,72%)
• 26.909.481 – recuperados
• 1.413.063 – em acompanhamento (queda de 30,36% entre 24/02 e 04/03)
• 13.787,4 – casos acumulados por grupos de 100 mil
Mortes no Brasil
• 651.255 – óbitos confirmados (acumulado)
• 442 – média móvel dos últimos 7 dias encerrados em 04/03 (queda de 39,7%)
• 2,2% – taxa de letalidade
• 309,9 – óbitos por grupos de 100 mil
– Dados atualizados em 04/03/2021, às 20h30
Fontes: Ministério da Saúde, secretaria estaduais e municipais de saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), consórcio de veículos de imprensa, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Universidade Johns Hopkins