A empresa fechou escritórios em Moscou e Kiev e parou de enviar peças para companhias aéreas russas
A Boeing suspendeu a compra de titânio da Rússia, informou o Wall Street Journal nesta segunda-feira (7), uma medida que pode ter ramificações para o relacionamento da fabricante de aviões com seu maior fornecedor da commodity, VSMPO-Avisma. No entanto, ainda não há sanções contra o fornecedor russo, que tem 25% de participação do conglomerado estatal Rostec.
O potencial de interrupções no fornecimento de commodities russas chamou a atenção para o metal usado nas indústrias aeroespacial, marítima e automobilística. A Boeing, no entanto, informou no mês passado que não estava preocupada, pois diversificou sua cadeia de suprimentos de titânio desde 2014, quando a Rússia foi sancionada por anexar a Crimeia. O títânio compõe cerca de 15% das peças de um jato Boeing 787.
Motivação
A Boeing comunicou que parou de comprar titânio russo desde a invasão da Ucrânia pelo país. Também fechou seus escritórios de engenharia em Moscou e Kiev e parou de enviar peças de reposição de aviões para companhias aéreas russas. Mas enquanto outras empresas ocidentais se retiram da Rússia, a Boeing se recusou a dizer o que fará sobre sua joint venture com o fornecedor de titânio liderado pelo ex-colega de inteligência de Putin, Sergey Chemezov. A entrega de 34 aviões 737 MAX e 777F à companhias russas está cancelada. Os contratos eram de cerca de US$ 2 bilhões.
A Boeing está recebendo cerca de um terço de seu titânio da Rússia, com o restante vindo dos EUA, Japão, China e Cazaquistão, informou uma porta-voz da empresa. “Nosso estoque e diversidade de fontes de titânio fornecem suprimento suficiente para a produção de aviões e continuaremos a tomar as medidas certas para garantir a continuidade de longo prazo”, esclareceu
A Boeing e outras empresas americanas ainda podem, sob novas sanções dos EUA, importar titânio russo, de acordo com autoridades do setor e advogados especializados em controles de exportação. Contudo, a escalada da guerra pode fazer com que as empresas ocidentais percam o acesso às exportações de titânio da Rússia se o Kremlin retaliar com suas próprias sanções.
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