Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, abaixo do patamar de 3,65 reais, em sintonia com o comportamento da cena externa e ainda ecoando a atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio.
O dólar recuou 1,20 por cento, a 3,6447 reais na venda, acumulando desvalorização de 2,54 por cento nestas duas sessões.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6268 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento no final da tarde.
“O dólar está enfraquecido… (com a) leitura de que a tensão entre Estados Unidos e China caminha para um desfecho sem a incidência de tarifas”, comentou a corretora H.Commcor em relatório, citando o movimento da China pela redução de impostos em importação de automóveis.
No exterior, o dólar tinha leve baixa ante uma cesta de moedas após atingir a máxima de cinco meses, depois do rali generalizado provocado pela alta nos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos e pelo alívio nas tensões entre a China e os norte-americanos.
A moeda norte-americana registrava forte baixa ante a maioria das divisas de países emergentes, como os pesos chileno e colombiano.
Internamente, a atuação mais firme do BC desde a véspera, quando ampliou a oferta de novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e deixou novas atuações em aberto, também contribuiu para a queda nesta sessão.
“O mais importante desta nova intervenção do BC foi a incerteza que criou com a intervenção discricionária, o que faz com que os participantes pensem bem antes de montar grandes posições, o que em tese tende a diminuir a volatilidade”, disse o diretor da Correparti Corretora Jefferson Rugik.
O BC vendeu nesta sessão a oferta integral de até 15 mil novos swaps, totalizando 2,750 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.
A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 4,594 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.
“O BC conseguiu romper a dinâmica do dólar, pelo menos temporariamente”, comentou o diretor de tesouraria de um banco estrangeiro ao citar o recuo do dólar nestes dois pregões.
(Edição de Patrícia Duarte)