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IPCA-15 tem menor alta para maio em 18 anos, com queda de alimentos e transportes

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – A prévia da inflação oficial brasileira subiu bem menos do que o esperado e registrou o menor nível em 18 anos para maio diante da queda dos preços de alimentos, transportes e artigos de residência, indo mais abaixo do piso da meta apesar da forte valorização recente do dólar ante o real.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta a 0,14 por cento em maio depois de subir 0,21 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Foi a menor taxa para o mês desde a variação positiva de 0,09 por cento vista no ano 2000 e muito aquém das expectativas de analistas em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25 por cento.

Com isso, em 12 meses, a alta do IPCA-15 foi a 2,70 por cento, sobre 2,80 por cento antes, ainda abaixo do piso da meta de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em pesquisa Reuters, a expectativa era de avanço acumulado de 2,81 por cento.

Dos nove grupos pesquisados, três apresentaram deflação neste mês, com destaque para os preços de Alimentação e Bebidas (-0,05 por cento), depois de alta de 0,15 por cento antes, pressionados principalmente pela queda de 0,28 por cento em alimentação fora do domicílio.

Os preços de Artigos de residência caíram 0,11 por cento depois de subirem 0,13 por cento em abril, influenciados pela deflação de 1,47 por cento de TV, som e informática.

Já Transportes apresentaram a maior queda, de 0,35 por cento em maio após alta de 0,12 por cento em abril. Nesse grupo, as quedas nos preços de etanol (-5,17 por cento) e passagem aérea (-14,94 por cento) acabaram compensando o aumento na gasolina (+0,81 por cento).

Na outra ponta, a maior alta de preços ficaram em Saúde e Cuidados Pessoais, cujos com avanço de 0,76 por cento em maio.

Após 12 cortes seguidos, o BC decidiu na semana passada manter a taxa básica de juros em 6,50 por cento ao ano, diante da cena externa e dólar mais alto frente ao real, com potencial para levar a inflação de volta à meta. Com isso, sinalizou que não vai mexer na Selic tão cedo.

A inflação tem permanecido constantemente abaixo do objetivo do BC diante do desempenho fraco da economia neste ano e elevado desemprego no país, o que acaba afetando a confiança e o consumo.

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