BRASÍLIA (Reuters) – O pré-candidato à Presidência da República e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quarta-feira que tratar da autonomia do Banco Central como parte de reformas a serem feitas no início de um eventual governo não seria uma prioridade e acrescentou que seria uma “boa proposta” manter o atual presidente, Ilan Goldfajn, à frente da instituição.
“E gosto do Ilan Goldfajn, até disse que é uma boa proposta mantê-lo. Gosto dele. Acho uma pessoa preparada. Agora, o ativo da política não é infinito. Colocar como prioridade entre as reformas autonomia do Banco Central para mim não é prioritário. O prioritário é a questão fiscal. se a gente conseguir equacionar bem a questão fiscal, o restante, na prática, já vai ter”, afirmou Alckmin em evento da Confederação Nacional dos Municípios.
“O prioritário é a questão fiscal. Se a gente conseguir equacionar bem a questão fiscal, o restante, na prática, já vai ter”, acrescentou.
Alckmin disse ainda ser necessário pensar em outras saídas que possam compensar a oscilação do preço dos combustíveis, diante do recente aumento que provocou protestos de caminhoneiros em todo o país.
O tucano defendeu a redução das despesas do Estado, mas disse, durante fala dirigida a prefeitos, que o teto dos gastos não foi elaborado de forma “razoável” por limitar a capacidade de investimento público.
“Esse negócio do teto não é razoável”, disse a prefeitos. “Você não pode esmagar o investimento e o custeio”, afirmou, citando como saídas o crescimento do país e controle de gastos em áreas que não sejam essenciais.
“Nós precisamos trazer investimento que é a confiança na economia, na desburocratização, destravar a economia, simplificar. O Brasil dá mais valor à regra do que ao resultado”, disse.
Depois, em coletiva à imprensa, disse que considera o teto correto, mas criticou a concessão de aumentos a servidores pelo atual governo.
“Se tem aumento de pessoal, vai esmagar custeio e esmagar investimento”, explicou.
O pré-candidato aproveitou para defender, dentro de uma agenda de competitividade, de modernização e de desburocratização, a redução do déficit primário.
“Precisamos ter uma agenda de competitividade, ter metas ano por ano, reduzir o déficit primário, o país vai quebrar, não é possível”, declarou.
“Temos que em menos de dois anos zerar isso.”
Dentro o conjunto de medidas que pretende colocar em prática, caso eleito, Alckmin se posicionou favorável à reforma da Previdência, para a trazer mais equilíbrio às regras de aposentadoria.
“Defendo a reforma da Previdência. Não é para tirar direito de ninguém, mas é para a gente ter um regime mais justo”, disse.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)