BRASÍLIA (Reuters) – O pré-candidato ao Planalto pelo MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira que uma reforma tributária poderia amortecer as variações de preço do petróleo e que ela será tratada como peça fundamental em um eventual governo caso vença as eleições de outubro.
O pré-candidato do MDB defendeu que a solução para o aumento do preço nos combustíveis, que deflagrou uma série de protestos de caminhoneiros em todo o país, tem que “preservar” a Petrobras e ao mesmo tempo levar em conta os impactos da variação na economia e na população.
“Como presidente da República, olhando à frente, acho que temos que mudar essa estrutura tributária e criar um sistema flexível sem prejuízo, evidentemente, do equilíbrio das contas públicas, através de outros elementos compensatórios de maneira a que possamos ter toda a carga tributária funcionando como um amortecedor”, disse o ex-ministro em coletiva no após participar da marcha de prefeitos em Brasília.
“Tem que ser feito através de uma reforma tributária bem feita e de um equilíbrio fiscal sólido, baseado nas reformas fundamentais… Acredito que esse será um dos pontos fundamentais do meu governo a partir de 2019”, pontuou.
Recém-anunciado pelo seu partido para concorrer à Presidência da República, Meirelles minimizou posições contrárias ao seu nome dentro do MDB, classificando-as como “absolutamente saudáveis e legítimas”.
“O MDB é um partido do tamanho do país, com presença em quase todos os municípios brasileiros”, argumentou. “Em consequência é normal que haja diferença de opinião, diferenças regionais.”
Na véspera, ao anunciar o nome do ex-ministro para concorrer pelo MDB, o presidente Michel Temer chegou a recomendar que os que discordam da escolha saiam do partido.
Meirelles considerou ainda um “equívoco” a crítica do presidenciável do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, ao teto dos gastos. Minutos antes da fala de Meirelles no mesmo evento, o tucano criticou a medida por ter sido implementada ao mesmo tempo em que o governo concedeu aumento ao funcionalismo.
O ex-ministro argumentou que o reajuste a funcionários fazia parte de um compromisso do governo que não poderia ser descumprido e que o teto dos gastos era “absolutamente necessário”.
“Se não fizéssemos o teto, nós teríamos ainda não só as despesas públicas subindo de forma insustentável, mas também juros elevados, inflação elevada, e recessão”, defendeu Meirelles.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)