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O significado da Páscoa neste 2022, ano de eleições

Em 10 de abril de 2020, em plena pandemia, escrevi uma coluna sobre o significado da Páscoa no meio do isolamento imposto pela Covid-19. Hoje, dois anos depois, adapto aquele texto para a nossa realidade de 2022: a proximidade das eleições e o desentendimento entre pessoas com diferentes orientações políticas e candidatos que estão em trincheiras opostas.

Vamos lá:

“Pessach”, em hebraico, quer dizer “passagem”. Na comunidade judaica, é o nome da chamada festa da libertação e sua data marca o fim da escravidão dos judeus no Egito – mais especificamente, tem início no dia em que houve a execução da décima praga junto aos egípcios. Liderados pelo profeta Moisés, imortalizado pelo ator Charlton Heston no filme “Os Dez Mandamentos”, os judeus saíram da servidão e rumaram pelo deserto em direção à Terra Prometida. Já a Páscoa, comemoração cristã que ocorre na mesma época, marca a crucificação, morte e ressurreição de Cristo.

Estamos em um ano de eleições que repete comportamentos e atitudes vividos em 2018. Estamos passando por essa situação durante uma data cheia de significados.

Como diz a tradução da palavra hebraica que motivou essa comemoração anual, o momento é de passagem. Essa eleição vai significar uma mudança em nosso cenário político, qualquer que seja o resultado. Se a situação vencer, teremos um governo diferente daquilo que experimentamos até agora, com uma ingerência ainda maior do Centrão na burocracia estatal e uma grande troca de ministros. Caso a oposição vença, teremos um cenário totalmente diverso, com o PT imprimindo uma orientação que deverá carregar características que vimos nas administrações de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff. Portanto, vivemos uma transição. E não temos ideia muito certa daquilo que nos aguarda.

Outro sentido do Pessach é o da libertação. O que isso tem a ver com o momento? Precisamos libertar de modelos antigos de comportamento, avaliação e ação. E todos – incluindo políticos – deveriam se libertar do passado e encontrar o caminho para um novo futuro. Será esse futuro melhor ou pior? Ninguém sabe. Mas provavelmente viveremos certos rompimentos com o passado que precisaremos aceitar.

Por fim, outra imagem que é frequentemente associada a este período é a de Jesus Cristo. Na tradição cristã, o período de quinta-feira a domingo representa a chegada do Nazareno a Jerusalém, a ceia com os apóstolos e sua prisão. Depois, crucificação, morte e ressureição. O calvário de Cristo é uma metáfora perfeita para a intolerância. Mostra com clareza como uma mensagem de paz foi interpretada com intransigência e brutalidade.

É o caso de pensar: estamos ouvindo os demais com atenção? Ou simplesmente queremos impor nosso ponto de vista? A campanha eleitoral cria um tipo único de estresse, que multiplica a “tolerância zero” que está dentro de nós. O exemplo da Páscoa nos motiva a ser flexíveis. Se estamos entrando em uma era de polarização política, teremos de nos adaptar ao que o futuro nos reserva. E, neste caso, não adianta argumentar com a realidade que se impõe. Pode-se lutar para transformá-la ou melhorá-la. Melhor agirmos unidos do que em dois ou três grupos, que esbravejam entre si.

P.S.: tirarei alguns dias de folga e voltarei a publicar a próxima coluna em 25 de abril.

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