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Pequim teme lockdown com o crescimento da covid

Longas filas se formaram nos supermercados no centro da capital chinesa

Um novo surto de coronavírus na capital da China levantou preocupações de que Pequim possa se tornar, depois de Xangai, a próxima megacidade do país a suspender as atividades corriqueiras para conter a disseminação da variante ômicron. O governo central se apoiou fortemente nos bloqueios, apesar de seus altos custos sociais e econômicos, em busca da estratégia “zero covid” do líder do Partido Comunista Xi Jinping de acabar com as infecções.

Novos casos. novo bloqueio

Nesta segunda-feira (25), o governo de Pequim informou que 70 casos de coronavírus foram diagnosticados em Pequim desde sexta-feira (22). Quase dois terços foram no distrito de Chaoyang, que ordenou que todos os 3,5 milhões de habitantes fizessem três testes PCR nos próximos cinco dias. Em outras cidades, os testes em massa em resposta aos casos iniciais de coronavírus às vezes são o prelúdio de bloqueios rigorosos, como o de quatro semanas em Xangai, que provocou reclamações generalizadas dos moradores de lá.

Enquanto toda a cidade de Xangai está fechada há quase um mês, Pequim experimenta inicialmente uma abordagem mais seletiva. Um punhado de bairros foi fechado e os moradores de complexos de apartamentos adjacentes a esses bairros foram fortemente desencorajados a deixar suas casas. Longas filas se formaram nos supermercados no centro de Pequim. As pessoas tentavam comprar arroz, macarrão, legumes e outros alimentos, enquanto os funcionários dos estabelecimentos corriam para reabastecer às pressas as prateleiras vazias. A imprensa estatal chinesa divulgou reportagens dizendo que os suprimentos continuam abundantes em Pequim, apesar da corrida aos mercados gerada pelo temor do lockdown.

A análise da Nomura, empresa de serviços financeiros, estima que cerca de 340 milhões de pessoas no país sejam afetadas por bloqueios totais ou parciais.

Queda das ações

O mercado acionário da China registrou nesta segunda-feira a maior queda desde fevereiro de 2020, devido às preocupações com o surto de covid-19 no país e temores em relação às restrições adotadas na capital, Pequim, e os impactos na inflação e no crescimento global. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 4,94% no dia, enquanto o índice de Xangai teve queda de 5,13%. Ambos os índices apagaram os ganhos feitos desde a promessa feita em 16 de março pelo vice-premiê, Liu He, de sustentar a economia e os mercados financeiros.

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