Em encontro frio ao lado de Biden, presidente cita dados duvidosos
Em seu encontro bilateral com o líder dos Estados Unidos Joe Biden na IX Cúpula das Américas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, por vezes, o Brasil sente ameaçada a soberania da Amazônia. O atual mandatário defendeu a legislação ambiental e disse que brevemente o país se tornará um dos maiores exportadores de energia limpa via hidrogênio verde, ignorando todas as críticas internacionais e nacionais diante das políticas ambientais débeis que o Brasil adotou.
Ao lado de Biden, porém distante e sem sorrisos, Bolsonaro também disse que o Brasil alimenta mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo com agricultura de ponta. “O mundo, ouso dizer, depende muito do Brasil para sua sobrevivência”, declarou o presidente, em mais uma afirmação imprecisa.
Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (8) revelou que 33 milhões de pessoas estão passando fome no país. Em pouco mais de um ano, foram 14 milhões de brasileiros que entraram para o Mapa da Fome. O levantamento, realizado pelo instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mostra que 58,7% da população sofre de insegurança alimentar. A situação atual é equivalente ao patamar da década de 1990.
Sobre as eleições, Bolsonaro repetiu suas dúvidas sobre o próprio sistema eleitoral que o elegeu. “Este ano temos eleições e queremos, sim, eleições limpas, confiáveis e auditáveis para que não sobre nenhuma dúvida após o pleito. E tenho certeza que ele será realizado nesse espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza que, quando deixar o governo, também será de forma democrática”, declarou.
Sobre as relações comerciais com os EUA, o presidente brasileiro falou em harmonia, citando o eixo Norte-Sul. “Nossos países se complementam e temos tudo para nos integrarmos cada vez mais e sermos um exemplo para o mundo”, afirmou, deixando de lado o fato de ter criticado Biden e ter colocado o Brasil em posição afastada das grandes questões globais.
