Segundo a FDA, a empresa não divulga evidências suficientes sobre o perfil toxicológico dos produtos
Popular empresa de cigarros eletrônicos, a Juul Labs retirará seus produtos disponíveis dos EUA, anunciou a Food and Drug Administration (FDA). A companhia foi culpada por reguladores federais e grupos de saúde pública por desencadear uma epidemia de vaping juvenil.
O órgão regulador norte-americano publicou uma nota e proibiu a startup do Vale do Silício de continuar vendendo dispositivos e cartuchos pré-carregados nos sabores mentol e tabaco. Além disso, a Juul deve recolher todos os produtos citados que já estão no mercado.
“Até o momento, o FDA não recebeu informações clínicas para sugerir um risco imediato associado ao uso do dispositivo JUUL ou JUULpods”, diz o comunicado. “No entanto, a [decisão] emitida hoje reflete a determinação da FDA de que não há evidências suficientes para avaliar os potenciais riscos toxicológicos do uso dos produtos JUUL”.
Em maio, Juul supostamente controlava cerca de um terço do mercado americano de cigarros eletrônicos, com base em dados de lojas de conveniência. A companhia até fez um pedido para continuar vendendo no país, mas a FDA negou os pedidos como parte de uma campanha dos reguladores dos Estados Unidos. Eles estão tentando garantir que os cigarros eletrônicos sejam usados por adultos que desejam parar de fumar, e não por jovens que ainda não tem idade para usar o produto.
Malefícios do cigarro eletrônico
Segundo a agência reguladora, a empresa não divulga evidências suficientes sobre o perfil toxicológico dos produtos e, apenas assim, a comercialização seria apropriada. Ou seja, apesar de não citar nenhum caso sério sugerindo o risco dos produtos, a FDA não tem evidências suficientes para avaliar quão arriscado é o uso.
A Juul começou a ser notada pelos órgãos reguladores em 2018, quando dados alertaram que muitos adolescentes estavam usando vaporizadores. Na época, o comissário Scott Gottlieb, da FDA, culpou a empresa publicamente pela epidemia de cigarros eletrônicos entre o público juvenil.
De acordo com alguns estudos, os cigarros eletrônicos contém substâncias tóxicas, além da nicotina, e o uso contínuo pode contribuir para doenças respiratórias, câncer, dermatite, entre outros problemas de saúde.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada no Brasil em 2019, cerca de 13% dos estudantes entre 13 e 15 anos já experimentaram um cigarro eletrônico e entre os alunos de 16 e 17 anos o número aumenta para quase 23%.