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PSD de Kassab tenta se garantir abraçando Tarcísio e Lula

Se os diretórios estaduais forem liberados a apoiar quem quiserem e demonstrando simpatias à esquerda e à direita, partido trabalha para ficar ao lado do poder em 2023

A conjuntura eleitoral rumo ao Palácio dos Bandeirantes toma um pouco mais de forma nesta semana, acirrando a disputa. O PSD fechou acordo com o Republicanos e deve anunciar nesta quinta-feira (7) apoio à candidatura do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas para o governo de São Paulo. O presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, comunicou diretórios municipais e parlamentares sobre a decisão de apoiar o candidato bolsonarista.

O acerto entre Kassab e Tarcísio prevê que o pré-candidato do PSD, Felício Ramuth, componha a chapa como vice. Por duas vezes prefeito de São José dos Campos, no interior paulista, Ramuth veio do PSDB no final de janeiro. A articulação também prevê que o PSD fique com uma vaga na suplência da candidatura ao Senado dentro da chapa bolsonarista, mas a definição deve ficar para depois da escolha do titular – os mais cotados são o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (Republicanos), e o deputado federal Marco Feliciano (PL).

O movimento de Kassab representa um tropeço para a campanha de Fernando Haddad (PT), líder nas pesquisas, que na semana passada recebeu apoio de Márcio França (PSB), segundo colocado nas intenções de voto. França deve tentar o Senado após a esperada desistência do apresentador José Luiz Datena (PSC). Sem França no páreo, o ex-ministro de Bolsonaro pontuou 13% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, empatado com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), mas ficando atrás de Haddad, que possui 34% – e deve receber mais votos migrados de França que os demais postulantes.

Todavia, o PSD não arrisca muito alto diante do favoritismo petista o cenário nacional. Tanto que o partido deve liberar os diretórios estaduais para apoiarem o candidato presidencial que preferirem. Kassab garantiu que o PSD não embarcará no projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) por motivos bem pragmáticos. A legenda tem alianças com o PT em Minas Gerais, Bahia e Amazonas, enquanto no cenário nacional concentra apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (PSB). Nesta amarração, Kassab praticamente garante seu partido no poder, já que suas chances de se manter relevante no jogo são maiores que as da maioria das legendas – menos o MDB, claro. Sem contar que a mudança de apoio sem traumas internos está prevista nesta conta. Agora só falta o mais difícil, que é combinar com os eleitores.

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