Profissionais focados em práticas de responsabilidade social estão em falta. Saiba como se tornar um especialista em ESG
Você já parou para se perguntar por que o ESG está tão em alta? A sigla, que significa Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança, em português — por isso o também uso da sigla ASG), reúne um conjunto de critérios de uma empresa, que são essenciais nas análises de riscos, passando a ser um importante indicador.
As práticas associadas a esses critérios, como o próprio nome sugere, representam uma importante mudança para o planeta — não à toa o termo foi cunhado em um relatório feito pelo Pacto Global, braço da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2004. Afinal, quanto mais players estiverem comprometidos com essas mudanças, mais sustentáveis e socialmente benéficos serão os modelos de negócio.
Mas se engana quem acha que estar alinhadas a boas práticas ESG significa que as empresas sejam boazinhas. É o peso do mercado, dos investidores e dos consumidores que faz com que seja vantajoso criar políticas sustentáveis: agindo corretamente, impressionando stakeholders e gerando lucro.
Consumo e investimentos
Em 2020, um levantamento da empresa de pesquisas de mercado Opinion Box trouxe dados sobre o comportamento dos consumidores brasileiros. Entre os entrevistados, mais da metade afirmou que envolvimento em casos de trabalho escravo, poluição e corrupção seriam motivos para deixar de consumir produtos de uma marca.
Durante a pandemia, a percepção de impactos socioambientais aflorou ainda mais: 77% passaram a se preocupar mais com o meio ambiente e 62% estavam dispostos a gastar mais para adquirir produtos menos danosos e mais sustentáveis.
Também nos investimentos, o ESG, cujos índices já eram critério de decisão, ganhou maior abrangência. Em janeiro de 2022, a bolsa de valores brasileira (B3), divulgou uma nova carteira de ações, a IGPTW B3, desenvolvida em parceria com a consultoria global Great Place to Work, que inclui empresas certificadas e que fazem parte do ranking das 150 melhores empresas para trabalhar no país.
O índice aposta nos resultados positivos de empresas que investem no bom ambiente de trabalho, buscando transformações culturais e que privilegiam a relação entre as pessoas e o desenvolvimento dos colaboradores. A carteira se uniu ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) e ao Índice Carbono Eficiente, também lançados neste ano.
Esse movimento acompanha uma tendência mundial, que engloba grandes gestoras, fundos e bancos até pequenos bolsos, de considerar essencial a análise ESG para todo tipo de investimento. Para se ter ideia, conforme mostra um relatório da consultoria PwC, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em investimentos que consideram os critérios ESG até 2025. Essa fatia representa cerca de US$ 8,9 trilhões. Além disso, 77% dos investidores institucionais entrevistados afirmaram que deverão deixar de comprar produtos que não sejam ESG.
Oportunidades
O cenário, é claro, coloca forte pressão sobre o setor empresarial. Em 2021, a consultoria McKinsey apontou que 83% dos executivos C-level concordavam que programas ESG afetam positivamente o desempenho das companhias.
Para colocar as ações em prática, as empresas passaram a criar áreas internas focadas apenas em ESG e a incorporar as práticas dentro de seus setores. De acordo com a pesquisa Uniting Technology and Sustainability: How to Get Full Value From Your Sustainable Technology Strategy, realizada pela Accenture com 560 CIOs e CTOs, grandes corporações têm feito uso da Inteligência Artificial no controle e mensuração da pegada de carbono, por exemplo, especialmente nas áreas de produção e operações.
Essas medidas fizeram crescer a já explosiva demanda por profissionais de tecnologia no mercado e por especialistas em ESG, carreira que está cada vez mais em alta por aliar propósito, oportunidades de crescimento e salários altos.
Segundo um levantamento de 2020 do CFA Institute, grupo global de capacitação profissional, a demanda por profissionais na área é alta, mas a oferta ainda é baixa: o estudo analisou 1 milhão de contas na rede social focada na vida profissional, LinkedIn, e concluiu que menos de 1% dos perfis tinham qualificação na área.
A falta de profissionais no mercado cunhou o termo ESG talent war (guerra por talentos ESG, na tradução livre), realidade vivida por empresas dos mais diversos setores ao redor do mundo. Essa busca competitiva por profissionais, é claro, faz aumentar os salários, que podem chegar, em média, aos R$ 20 mil mensais.
Mercado
Não há pré-requisitos para se especializar em ESG. Aqueles que migram para essa área têm como base as mais diferentes graduações acadêmicas. É o que indica um estudo desenvolvido pela Deloitte em parceria com a Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps).
A especialização em ESG, portanto, surge como um caminho possível para qualquer profissional insatisfeito com sua área de atuação e que busque reconhecimento em uma nova vertente do mercado.
Pensando na alta demanda por profissionais qualificados e no crescente interesse por uma jornada de trabalho significativa e valorizada, a EXAME, em parceria com a Ibmec, oferece a masterclass Carreira em ESG.
Totalmente gratuita e online, a masterclass será ministrada por Renata Faber, que tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e especialização em ESG. A diretora de ESG da EXAME vem trabalhando ativamente em parceria com empresas para auxiliá-las a avançar nessa agenda e vai contar como ingressar nesse mercado bilionário. A aula acontece no dia 12 de julho, a partir das 19h30. Inscreva-se de graça e mude o seu rumo profissional.
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Por Ana Carolina Pereira
Publicado originalmente em: https://cutt.ly/mLboNat