Produto financeiro é lastreado por área de Mata Atlântica e quer incorporar trechos de Floresta Amazônica
Uma área de Mata Atlântica que pertence à Reserva Chico Nunes (RCN), no município de Cruzeiro (SP), é a base para um projeto-piloto financeiro ecologicamente sustentável. A partir dali, a greentech Global Forest Bond (GFB) desenvolveu cédulas de produto rural verde (CPR Verde) oferecidas pelo Banco BV.
Por ser inventariada pela Jataí Capital e Conservação e pela KPMG, essa CPR verde permite que empresas interessadas em mitigar suas emissões de gases de efeito estufa ou que desejem comprovar aos investidores que agem contra o desmatamento pagem por serviços ambientais mediante o compromisso de o produtor manter a área conservada – no caso, a RCN. A CPR também conecta empresas com outros produtores rurais que conservam biomas nativos. Ou seja, a cédula é um título cujo lastro é um ativo ambiental tangível e auditável. Criado em 2021, esse dispostivo tem potencial geral de R$ 30 bilhões até 2025, estima o governo federal.
Artur Ferreira, sócio da GFB, enumera as vantagens da ferramenta ESG: “Aumento do valor real da companhia, a melhora na sua imagem institucional; maior transparência; alinhamento com interesses dos consumidores; acesso à mercados internacionais, como a União Européia e Estados Unidos”.
Em maio, a GFB assinou um acordo com a Brasil BioFuels (BBF) para o estudo de emissões para o pagamento por serviços ambientais (PSA) em áreas de preservação permanente (APPs) na Região Norte, onde há maior interesse de investidores internacionais. O novo empreendimento demandará a conservação de 100 mil hectares de reserva legal e a recuperação de outros 100 mil hectares por meio do plantio de palma.
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