Segundo especialistas, o doce tem substância química que, em excesso, pode ser perigosa
Uma ação coletiva nos Estados Unidos está processando a Mars, fabricante dos doces Skittles, alegando que um dos ingredientes utilizados pela empresa – o dióxido de titânio – é tóxico para humanos. O processo, aberto na Califórnia, afirma que a substância é “imprópria para consumo humano” e que a empresa não teria alertado os clientes sobre o ingrediente, cometendo fraude por omissão.
O processo de ação coletiva, aberto em 14 de julho no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Califórnia, alega que a Mars Inc., fabricante dos doces, “conhecia há muito tempo os problemas de saúde” que o composto químico representava e que havia até se comprometido publicamente em 2016 a eliminar a substância de seus produtos.
No entanto, de acordo com a denúncia, a empresa de doces “desrespeitou sua própria promessa aos consumidores” e continuou a vender Skittles com dióxido de titânio, representando um “risco significativo para a saúde de consumidores desavisados”.
Substância controversa
Em março deste ano, o dióxido de titânio foi banido como aditivo alimentar na Europa devido a preocupações com genotoxicidade (danos ao DNA que podem causar câncer) e incerteza sobre os níveis seguros de consumo da substância. Os fabricantes europeus de alimentos têm até agosto para eliminar gradualmente o uso do produto químico, segundo artigo do ScienceAlert.
Por outro lado, a Food Standards Agency, do Reino Unido, decidiu não banir o dióxido de titânio, depois de revisar a decisão europeia e afirmar que havia limitações e incertezas nos estudos citados. A agência do Reino Unido disse que a conclusão dos europeus “não foi útil” na comunicação de risco e pode causar preocupação desnecessária ao público, e afirma que são necessários dados melhores para uma avaliação mais precisa.
No Brasil, o uso do dióxido de titânio é autorizado pela Anvisa. No ano passado, a agência começou uma revisão sobre o uso da substância como aditivo alimentar, depois que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) fez um pedido formal para discutir o assunto.
Segundo o Idec, corantes e aromatizantes são os aditivos alimentares mais utilizados hoje no Brasil — cerca de 50% dos aditivos autorizados — e a quantidade dessas substâncias “varia muito de uma marca para outra”. O dióxido de titânio pode ser identificado pelas siglas E171 ou INS 171.