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Copom eleva Selic para 13,75%

Taxa básica de juros subiu 0,5 ponto, voltando ao patamar de janeiro de 2017. Para empresas, a taxa média sairá de 56,57% para 57,29%

Em meio aos impactos da guerra na Ucrânia e de uma possível recessão nos Estados Unidos, o Banco Central (BC) continuou a apertar os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, os juros básicos da economia, de 13,25% para 13,75% ao ano. A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também atingiu 13,75% ao ano. Esse foi o 12º reajuste consecutivo da Selic. O BC manteve o ritmo do aperto monetário. Assim como na última reunião, a taxa foi elevada em 0,5 ponto.

De acordo com o analista de renda fixa da Suno, Vinicius Romano, o aumento foi em linha com as expectativas do mercado. “No comunicado, o BC deixa claro que seu principal objetivo é consolidar não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Além disso, o Copom destaca que a incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, disse. Romano lembra que, para a próxima reunião, a autoridade monetária avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano.

Com a decisão desta quarta-feira (3), a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Para a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o crédito e as prestações continuarão elevados. O juro médio para as pessoas físicas passará de 119,07% para 120,05% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa média sairá de 56,57% para 57,29% ao ano. A diferença se dá por causa da diferença entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo.

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