Foi na semana passada, no dia 31 de julho. Segundo vários memes que circulam desde o último domingo, essa é a data de nascimento do protagonista da série de desenho animado “Os Jetsons”, que imaginava o dia a dia de uma família no futuro. A dinâmica dos personagens era semelhante à de outro seriado da produtora Hanna Barbera, os Flintstones (só que esse era ambientado na Idade da Pedra).
Como se chegou ao aniversário do protagonista da série?
Bem, o programa estreou em 1962 e era passado cem anos depois. Portanto, a trama se passa em 2062. Nos primeiros episódios, George diz que tem 40 anos. Portanto, nasceu em 2022. A data de 31 de julho? Puro chute.
No roteiro de “Os Jetsons”, as famílias vivem em arranha-céus que estão acima da linha de poluição das cidades e se locomovem através de carros voadores (essa, inclusive, é uma obsessão de todos os que escrevem sobre o futuro: o carro voador).
Na prática, os Jetsons são uma típica família de classe média americana dos anos 1960, só que ambientada na segunda metade do Século 21. A mulher, Jane, não trabalha e é fanática por compras na loja Mooning Dales (“Vales da Lua”, em inglês), um nome claramente baseado na rede americana Bloomingdale’s. Hoje, isso já seria difícil de encontrar na classe média. Imagine daqui a quarenta anos.
Há, porém, vários acertos na imaginação dos roteiristas da Hanna Barbera – e alguns exageros.
Várias traquitanas que são comuns em nosso dia a dia estão presentes no desenho animado, como videoconferências, TVs de tela plana, comércio eletrônico e esteiras de exercício. Mas temos, além dos carros voadores (e o barulhinho delicioso que essas geringonças faziam, lembra?), uma semana de trabalho praticamente inexistente.
George trabalha apenas duas horas por semana – e vive se queixando de exaustão. Hoje, há resistência em riscar a sexta-feira dos dias úteis. Será que daqui a 40 anos as pessoas vão trabalhar apenas duas horas semanais? Provavelmente, isso será impossível.
Uma coisa é certa: um funcionário um tanto relapso como George Jetson não duraria muito tempo em seu emprego, dado o histórico interminável de mancadas. E um chefe explosivo como o senhor Spacely seria cancelado em um mundo dominado pelas redes sociais e departamentos de Recursos Humanos que pregam inclusão e mentoria.
Seja como for, bem-vindo ao mundo, George Jetson!