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Indicador antecedente de emprego cai em maio e aponta menor disposição para contratar, diz FGV

SÃO PAULO (Reuters) – O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) apontou em maio menor disposição para contratar ao recuar pelo terceiro mês seguido, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, registrou queda de 2,5 pontos no mês e foi a 101,1 pontos em maio, na terceira queda seguida do indicador, algo que não acontecia desde o início de 2015.

“Os últimos dados divulgados da economia brasileira surpreenderam negativamente. Com isso, está sendo revisada para baixo a taxa de crescimento do país, o que impacta diretamente a contratação. Neste cenário, o IAEmp reflete a percepção de que tanto a situação dos negócios quanto a disposição de contratar tendem a ser menores nos próximos meses”, explicou em nota o economista da FGV/Ibre Fernando de Holanda Barbosa Filho.

O resultado de maio do IAEmp teve como principal influência as quedas nos indicadores que medem a situação dos negócios nos seis meses seguintes nos setores de Serviços e da Indústria de Transformação.

A pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central com uma centena de economistas vem registrando repetidamente recuos nas estimativas para o crescimento da economia neste ano, em especial nas últimas semanas, após a greve dos caminhoneiros que afetou o abastecimento no país. O levantamento mais recente aponta que a expectativa é de uma expansão do Produto Interno Bruto deste ano de 2,18 por cento.

A FGV informou ainda que o Indicador Coincidente de Emprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, avançou 2,3 pontos em maio e chegou a 96,5 pontos.

“O menor otimismo quanto ao crescimento da economia no ano de 2018 já está afetando a percepção dos trabalhadores quanto à melhora do mercado de trabalho. O ICD mostra que os trabalhadores continuam reticentes com relação ao futuro”, completou Barbosa Filho.

No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego recuou a 12,9 por cento, mas esse movimento aconteceu com as pessoas desistindo de procurar uma recolocação diante da instabilidade da economia e das incertezas políticas. As perspectivas são de mais deterioração no curto prazo, mesmo que pontual, devido à greve dos caminhoneiros, que entrou em seu nono dia.

(Por Camila Moreira)

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