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Cacique do PL depõe sobre estupro de filha e netas

Ao longo de um ano José Renato foi beneficiado por uma estranha lentidão da Justiça e pelo prestígio político que angariou ao longo de décadas

O ex-vice-presidente estadual do Partido Liberal (PL) e ex-cacique político de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, José Renato da Silva, de 71 anos (imagem), prestou depoimento à Justiça nesta quarta-feira (12), em uma ação por estupro de vulnerável. As vítimas seriam duas de sua netas hoje adolescentes, estupradas desde os 9 anos. O caso explodiu em 7 de julho de 2022, depois que a mãe das meninas e filha do suspeito, Cíntia Lira da Silva, então secretária municipal de Suzano, o denunciou publicamente. Ele era investigado desde abril. De início, o caso foi tratado como violência doméstica. Cíntia afirmou que o pai também a estuprou quando adolescente. O que causa estranheza é a demora de um ano para o primeiro depoimento perante um juiz.

O político respondeu questionamentos ao juizado de Violência Doméstica e Familiar da cidade por teleconferência. Entre abril e julho, as testemunhas prestaram depoimento presencial, percorrendo o fórum de uma cidade pequena e atenta ao escândalo criminoso. O processo segue em segredo de Justiça. Segundo a denúncia, José Renato obrigava as netas a tocar em seu órgão sexual e acariciava as partes íntimas das meninas. A Justiça dispensou a realização de exame de corpo de delito por considerar “insuficiente a autoria de materialidade delitiva”. Ou seja, não há indício de agressão em função do tempo decorrido. A medida beneficiou o réu, porém há outros indícios a serem considerados, principalmente nas conversas das vítimas com peritos psicólogos e nos relatos complementares de quem conviveu com as meninas.

Casos de estupro no Brasil – principalmente os que possuem apelo popular – costumam tramitar de forma acelerada na Justiça. Para o ex-dirigente do PL, foram 12 meses de apuração, sendo que tudo parou durante o período pré e eleitoral em 2022. Tudo menos sua sumária saída do partido a partir de abril. Após o primeiro turno, quando o PL elegeu sua maior bancada na Câmara e lidera quadros importantes em todos os estados, o processo voltou à tona. Há suspeita da mão do dono do PL, Valdemar Costa Neto, que é o grande nome político da região e contava com Zé Renato com uma de seus braços locais mais fortes.

De acordo com a defesa, o réu é inocente até que tenha uma sentença condenatória transitado em julgado – uma obviedade. “No caso em testilha, se quer finalizou a instrução processual”, informou o advogado Denis Souza do Nascimento.

Conheça o caso

MONEY REPORT noticiou com o exclusividade o caso em 7 de julho, quando a filha Cíntia foi às redes denunciar o pai. O caso era acompanhado discretamente pela reportagem a fim de proteger a identidade das crianças. O que veio à tona com a denúncia pública é que a filha também foi vítima e que o autor mantinha o mesmo modus operandi. Começava o assédio a partir dos 9 anos e ia até perto dos 15 anos.

Cíntia revelou que só descobriu ser vítima após muita terapia, pois parte de sua vida foi apagada por bloqueios traumáticos. A seguir, descobriu que o mesmo acontecia com suas pequenas há anos. Uma delas apresentava comportamento errático, o que despertou a atenção na escola. Na terapia, as meninas revelaram os ataques do avô. A mãe proibiu Zé Renato de se aproximar, mas só resolveu denunciá-lo quando descobriu que ele tentou visitar as netas enquanto ela estava alguns dias fora da cidade.

O que MONEY REPORT publicou

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Comentários

Respostas de 2

  1. O PL está na encrenca pessoal familiar dele? Cacique político de Suzano ? Qual o tamanho da população de Suzano ? Quantos Vice Presidentes tem o PL ? Quem conhece

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