Embarcação de pesquisa substituirá o Ary Rongel, em operação quase contínua no mar austral desde 1994
A Marinha assinou o contrato para a construção de seu novo navio de apoio antártico (Napant) ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O trabalho está a cargo do consórcio Polar 1 Construção Naval, no estaleiro Jurong-Aracruz, em Aracruz (ES). A previsão de entrega é para setembro de 2025.
A nova embarcação substituirá o navio de apoio oceanográfico Ary Rongel, que foi construído na Noruega, em 1981, para expedições aos mares do Ártico e da Antártida. Em 1994, o navio passou a operar pela Marinha do Brasil.
O contrato assinado com a Polar 1 prevê a construção de um navio capaz de operar no verão e outono no continente antártico e de navegar em áreas de formação de gelo recente. Por isso, o navio deve ter um casco adaptado e reforçado por cinturão de aço especial logo abaixo de sua linha d’água.
O navio deve passar cerca de seis meses por ano na Antártida, entre outubro e abril, retornando ao Brasil ao fim do verão antártico. Suas missões incluem levar suprimentos à Estação Antártica Comandante Ferraz (a base científica brasileira na Ilha Rei George), apoiar os pesquisadores e realizar levantamentos oceanográficos no trajeto entre o Brasil e a Península Antártica, onde fica a ilha.
Ainda sem um nome oficial, o navio polar terá 93,9 metros de comprimento, 18,5 metros de largura, calado de seis metros, autonomia para 70 dias no mar e capacidade de abrigar 92 pessoas, sendo 67 marinheiros e oficiais, além de 25 pesquisadores. O custo será de mais de R$ 750 milhões, com um índice de nacionalização especificado em contrato de 45% (principalmente por causa dos equipamentos eletrônicos, de comunicação e de navegação importados). A construção deve gerar de 500 a 600 empregos diretos e 6 mil indiretos. O Proantar foi criado em janeiro de 1982 para promover a pesquisa científica brasileira na região antártica.