Campanha à reeleição prepara o terreno para questionar o resultado da votação
Horas depois de o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, desmentir a teoria conspiratória da sala secreta de contagem de votos dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a legenda divulgou um documento que questiona novamente a segurança do sistema eleitoral. A carta de duas páginas “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE” seria um plano B do presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de derrota no pleito deste domingo (2). O documento foi divulgado com exclusividade pelo site da revista Veja.
Na prática, a campanha de Bolsonaro começou a preparar o terreno para questionar o resultado das urnas. Mesmo sem apresentar evidência alguma, o PL afirma claramente que o resultado da eleição de domingo pode ser manipulado pela Justiça eleitoral. “Somente um grupo restrito de servidores e colaboradores do TSE controla todo o código fonte dos programas da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais. Sem qualquer controle externo, isto cria, nas mãos de alguns técnicos, um poder absoluto de manipular resultados da eleição, sem deixar qualquer rastro”, diz o documento.
O partido de Bolsonaro também afirma que a cadeia de fornecedores terceirizados de tecnologia oferece risco substancial de violação do sistema. O partido sustenta que até os boletins de urna podem ser falsificados. Essa possibilidade jamais foi apresentada anteriormente pelo PL nem por outra agremiação, mesmo quando o sistema era mais frágil que agora.
Concluído em setembro, o relatório enumera 24 supostas falhas. O conteúdo deve ser encaminhado às listas de transmissão bolsonaristas, indicando que a visita de pacificação de Costa Neto ao TSE nesta tarde, ao lado do presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, era pura encenação, já que todos foram colocados sob suspeita, mesmo sem provas.
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