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PF busca fraudadores que movimentaram R$ 4 bi e lesaram 15 mil pessoas

Com os suspeitos do esquema de criptos foram encontrados ouro, carros de luxo e malas de dinheiro. Operação Poyais cumpriu 20 mandados

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (6) a Operação Poyais contra uma organização criminosa suspeita de praticar fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior. Cerca de 100 policiais, além de servidores da Receita Federal, cumpriram 20 mandados de busca e apreensão. Nos locais vasculhados foram encontrados ouro, dinheiro em espécie, joias, carros e relógios de luxo (imagem).

O grupo pode ter movimentado em torno de R$ 4 bilhões pelos sistema bancário, em um esquema internacional com braços nos Estados Unidos outros dez países, incluindo o Brasil. Cerca de 15 mil pessoas foram prejudicadas. Um dos envolvidos é o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik dos Bitcoins. De saída, ele e seus comparsas podem ser indiciados por estelionato, lavagem internacional de dinheiro e formação de organização criminosa. Grande parte do dinheiro arrecadado era usado para a compra de imóveis caros, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e outros gastos de alto custo.

De acordo com a PF, em janeiro de 2022, o departamento de Segurança Interna da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília informou que uma empresa internacional e seu principal gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados pela Força Tarefa de El Dorado por envolvimento em conspiração multimilionária de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.

“Diante das informações e do pedido de cooperação policial internacional, iniciou-se investigação em Curitiba por conta das suspeitas da ocorrência de crimes conexos às fraudes praticados nos EUA pelo brasileiro, notadamente quanto à lavagem transnacional dos recursos ilícitos recebidos no exterior”, informou a corporação.

Diligências iniciais revelaram que o brasileiro possuía mais de 100 empresas abertas no Brasil vinculadas a ele e, através do grupo empresarial, estaria lesando investidores no exterior e em território nacional. “No Brasil, constatou-se que o investigado logrou êxito em iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços por ele prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.”

Simultaneamente, segundo a PF, constatou-se que a mesma organização criminosa, com parceiros no exterior, cometia fraude semelhante, porém focada em marketing multinível, nos Estados Unidos e em ao menos outros dez países. “As ordens judiciais cumpridas na data de hoje visam não apenas a cessação das atividades criminosas, mas também a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas”, destacou a PF.

A 23ª Vara Federal de Curitiba (PR) decretou o sequestro de imóveis e o bloqueio de valores dos suspeitos. As ordens judiciais são cumpridas na capital paranaense, em São José dos Pinhais (PR), Governador Celso Ramos (SC), Barueri (SP), São José do Rio Preto (SP) e em Angra dos Reis (RJ).

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