Preço menor, avanço do mercado livre e compromisso com a agenda ESG explicam o crescimento dos investimentos
Em 2023, mais de 90% do aumento previsto da geração de energia no Brasil virão de fontes solar e eólica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Juntas, elas vão responder por 10,97 gigawatts (GW) de um total estimado em 12,14 gigawatts.
Um conjunto de fatores puxa a expansão, conforme especialistas. Além da entrega de potência contratada em leilões passados, a demanda por energia mais barata e limpa impulsiona o avanço e atrai o interesse de grupos estrangeiros.
Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), diz que a tendência é manter esse ritmo e saltar a reboque da transição energética “A tendência é seguir nesse nível alto até 2027 ou 2028, e depois ir subindo com a ascensão das commodities verdes. Eólica e solar são fontes que responderão pela oferta energética do país, ainda mais com a entrada de veículos elétricos e do hidrogênio verde”, explicou.
Em 2022 essas fontes devem abocanhar dois terços da nova potência operada, com 3,73 GW de 5,65 GW ao todo. De um ano para o outro, a potência adicionada por parques eólicos crescerá 2,3 vezes, com mais 4,58 GW. Já em usinas fotovoltaicas, o acréscimo será 3,5 vezes maior que neste 2022, com 6,38 GW.
Para executivos do setor, o cenário político e o ambiente regulatório no Brasil, mesmo neste ano de eleições, não representam risco a essa trajetória de expansão. Ao contrário, sobretudo após a guerra na Ucrânia. É que, comparativamente a outros países com potencial em renováveis, o cenário é mais favorável no Brasil.