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Desmatamento na Amazônia atinge recorde em setembro

Dados do Inpe mostram que área desmatada foi de 1.455 km² no mês passado

A área desmatada na Amazônia em setembro foi de 1.455 km², segundo dados divulgados do satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (7). É o pior setembro desde 2015, quando teve início a série histórica. O recorde anterior era de setembro de 2019: 1.454 km². Em relação ao mesmo mês de 2021, houve crescimento de 47,7%.

Em nota, a ONG Observatório do Clima afirmou que a devastação detectada em setembro representa a emissão de 70 milhões de toneladas gás carbônico –“o equivalente às emissões anuais da Áustria”, disse a organização.

No acumulado do ano, as áreas de alerta de desmate somam, até setembro, 8.590 km² –alta de 4,5% em relação a todos os alertas de 2021. O Observatório do Clima disse que o número é preocupante porque, até o fim de 2022, pode igualar ou superar o recorde de 2019, quando as áreas de alerta de desmate chegaram a 9.178 km².

“O número de focos de queimada detectados pelo Inpe no bioma amazônico no mesmo mês foi 41.282, um aumento de 147% em relação a setembro do ano passado e o pior desde 2010”, declarou a organização.

O Deter mostra diariamente sinais de alteração na cobertura florestal. Os dados produzidos não são oficiais, mas alertam sobre onde o problema está acontecendo e a dimensão. A medição oficial é feita pelo sistema Prodes, que costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

“O mundo tem 84 meses para cortar as emissões de gases de efeito estufa quase à metade se quiser ter uma chance de resolver a crise climática. A continuidade de Jair Bolsonaro no poder é a garantia de que o Brasil impedirá que isso aconteça”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

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