Em 2021, feira atraiu cerca de US$ 9,4 bilhões para soluções nacionais em edtechs, IA, cidades inteligentes, mobilidade, biotecnologia e robótica
Pouca gente se deu conta, mas 14 empresas brasileiras participam da Gitex North Star (imagem), grande feira de inovação e tecnologia que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), até quinta-feira (13). Com uma área só para startups, é uma excelente oportunidade para os brasileiros mostrarem serviço para uma plateia global. Anualmente, negócios e parcerias multimilionários são anunciados na feira, que este ano reúne mais de 4 mil empresas de 170 países.
As empresas são diversificadas, atuando em educação, inteligência artificial (IA), cidades inteligentes, transporte, biotecnologia e robótica. Todas trabalham com base tecnológica, soluções escaláveis e possuem potencial para instalação nos EAU. Desde 2020, a participação do Brasil na Gitex quase triplicou, passando de 5 para as atuais 14 startups. A expansão acompanha os bons resultados do setor, que em 2021, atraiu cerca de US$ 9,4 bilhões em investimentos, com 11 empresas brasileiras atingindo o valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão. Atualmente, o Brasil ocupa a 9ª posição em unicórnios no mundo, à frente de Japão, Singapura e Coreia do Sul. A presença brasileira foi organizada pela Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Cases
Em sua terceira participação na Gitex, a Predify é uma forte candidata à internacionalização. A empresa de IA para precificação já opera em Miami e em Amsterdã e espera consolidar parcerias para ganhar um endereço fixo no Oriente Médio. Outra veterana é a Jade Autism, que atua nos EAU e quer expandir. Plataforma gamificada para acelerar a aprendizagem de crianças com autismo, em 2020 a startup venceu o Supernova Challenge, competição de apresentações resumidas (pitches) da feira.
Entre as empresas da delegação que ainda não atuam internacionalmente está a Infracities, que desenvolve soluções sustentáveis na área de infraestrutura e mobilidade para cenários urbanos.
Operações
O ecossistema de startups brasileiro, que começou a ganhar tração na última década, hoje é visto como terreno fértil para negócios disruptivos. Atualmente, existem quase 14 mil startups no Brasil, em 78 comunidades espalhadas por 689 cidades. Seus principais setores de atuação são edtech, healthtech e life science, fintech, agtech e e-commerce. Cerca de um terço destas startups estão em fase de tração ou de expansão.
O bom desempenho do ecossistema se reflete na busca das empresas por novos mercados. Segundo o último relatório da ABStartups, cerca de 18% das startups brasileiras já atua no exterior, e esse número deve crescer nos próximos anos com ajuda de technohubs, como o dos EAU.
O país árabe criou um amplo plano de diversificação econômica para reduzir a dependência do petróleo, com ênfase em setores tecnológicos, como serviços 5G, cidades inteligentes e internet das coisas (IOT). Como parte desses esforços, as autoridades locais devem dar continuidade às reformas favoráveis aos investidores e à criação de centros de pesquisa, tecnologia e inovação, como o Parque Tecnológico de Pesquisa e Inovação de Sharjah (SRTIP).
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