A União deve abrir mão de R$ 283,4 bilhões em arrecadação por causa de benefícios fiscais em 2018. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, criticou a falta de critérios e afirmou que as concessões custam aos cofres públicos aproximadamente 4% do PIB. Como exemplo, Rachid apontou a abrangência da isenção de impostos federais concedida aos produtos que formam a cesta básica. Entre os itens, constam salmão, caviar, filé mignon e todos os tipos de queijo. “Cesta básica é legal, é possível fazer, mas através de concessão de alíquotas diferenciadas. Mas o que acontece no Brasil é que aqui temos isenção para a cesta, e essa isenção chega a todos os produtos. Há produtos que são adquiridos não pela população de modo geral, são adquiridos somente por quem tem condições de adquirir. A cesta pega, por exemplo, todos os tipos de queijo, ovas de peixe, salmão, filé mignon. Não é para qualquer um comprar salmão, tem vários itens abarcados pela isenção fiscal que realmente não são básicos. Tudo isso acaba pesando. A pergunta que pode ser feita é por que isso não é revertido. Mas por que entrou lá atrás?”, questionou o secretário da Receita.