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Estamos a caminho do inferno climático, alerta chefe da ONU

No segundo dia da COP27, António Guterres fez um apelo para o financiamento à nações vulneráveis à crise do clima

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse aos países reunidos no início da cúpula da COP27 no Egito, nesta segunda-feira (7), que enfrentam uma escolha difícil: trabalhar juntos agora para reduzir as emissões ou condenar as gerações futuras a catástrofe climática.

O discurso pretendia dar um tom urgente à medida que os governos se reúnem para duas semanas de conversas sobre como evitar os piores impactos das mudanças climáticas, mesmo que estejam distraídos com a guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação desenfreada ao consumidor e a escassez de energia.

“Estamos em uma estrada no caminho para o inferno climático com o pé no acelerador. A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer”, alertou Guterres a delegados reunidos na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh. Líderes de países da Grã-Bretanha à Arábia Saudita devem falar ao final do dia.

Em seu discurso, o secretário-geral da ONU também afirmou ser preciso que o planeta acelere a transição dos combustíveis fósseis e entregue um financiamento necessário para garantir que os países mais pobres possam reduzir suas emissões e lidar com os impactos inevitáveis das mudanças climáticas que já estão ocorrendo.

Esse tema é chamado de “perdas e danos” e será um dos principais debates da cúpula do clima deste ano. “Perdas e danos não pode mais ser varrido para debaixo do tapete. É um imperativo moral. É uma questão fundamental de solidariedade internacional – e justiça climática”, declarou.

Os signatários do acordo climático de Paris de 2015 se comprometeram a atingir uma meta de longo prazo de impedir que as temperaturas globais subam mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Os cientistas estabeleceram isso como o teto para evitar mudanças climáticas catastróficas.

Guterres disse que manter viva qualquer esperança de atingir essa meta significa alcançar emissões líquidas globais zero até 2050.

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