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A nova modalidade das fake news: as pegadinhas feitas pela esquerda

Até pouco tempo atrás, a divulgação de fake news era um privilégio de militantes bolsonaristas. Durante a campanha, porém, a entrada do deputado André Janones como coordenador de mídias sociais de Luiz Inácio Lula da Silva provocou uma mudança significativa na estratégia de comunicação petista – e notícias falsas passaram a figurar no cardápio eleitoral do ex-presidente.

Agora, no entanto, percebe-se que a esquerda começa a soltar pegadinhas que têm sido abraçadas com pressa pelos eleitores de Jair Bolsonaro.

A primeira a fazer sucesso foi a que mostrava uma mulher de óculos em uma montagem que parecia ser uma videoconferência com o presidente Bolsonaro. A legenda dizia que a pessoa em questão era uma ministra do Tribunal de Haia, chamada Stefani Germanotta, que tinha feito uma reunião virtual com o mandatário para discutir irregularidades nas urnas. Só que a personagem em questão era a cantora Lady Gaga, cujo verdadeiro nome é… Stefani Germanotta.

Dias depois disso, outro post fez furor entre as hostes bolsonaristas, sobre um determinado general que havia peitado o Tribunal Superior Eleitoral. Detalhe: o nome do militar, obviamente inventado, era um trocadilho sobre as partes íntimas masculinas. O meme acabou ganhando ainda mais notoriedade quando foi postado pelo lutador Vitor Belfort, que está inconformado com a derrota de Bolsonaro. Está escrito na mensagem: “O General Benjamin Arrola, das Forças Armadas, declarou que o exército deu 24 horas para que o TSE explique o que houve nas urnas no domingo. Segundo ele, as forças armadas já estão apostos para a tomada do poder caso não haja nenhuma explicação coerente”.

Por fim, ontem ao final da tarde, começou a circular uma lista de juristas e militares que questionavam a lisura das urnas eletrônicas. Os nomes citados poderiam fazer parte de um campeonato de trocadilhos eróticos por garotos do sexto ano do ensino fundamental. Mesmo assim, chegou a circular rapidamente pelas redes dos apoiadores do governo.

Os arquitetos dessas pegadinhas partem do princípio que o bolsonarista raiz tem duas características básicas. A primeira é a sofreguidão de passar para frente aquilo que parece ser um material pró-Bolsonaro. Na pressa de colocar a roda da mídia digital para gerar, ninguém confere nada e vai postando sem muito critério – aliás, é assim que a maioria das fake news acaba se espalhando.

Outra aposta destes estrategistas digitais de esquerda é que o público-alvo não tem uma cultura geral muito forte – a ponto, por exemplo, de não conhecer o nome verdadeiro da cantora Lady Gaga ou reconhecê-la em um figurino mais sério.

Já o post passado para a frente por Vitor Belfort é uma pilhéria que pode ser percebida ao final da quarta palavra. Mesmo assim, foi divulgada seriamente e depois de um tempo apagado pelo próprio lutador.

Ao mesmo tempo em que a rede era infestada por estes chistes, uma nova onda de fake news chegou ao mundo digital. A ideia, neste caso, foi reciclar imagens do passado e relançá-las como se fossem novas. Assim, tivemos Bolsonaro no cercadinho do Alvorada, agradecendo quem tinha vestido camiseta amarela no dia anterior. Além disso, ele dizia que em breve o país estaria colhendo os frutos do que determinadas manifestações tinham questionado nos últimos dias. Só que… este vídeo foi gravado durante a pandemia. Outro exemplo? O ditador venezuelano teria soltado todos os presos do país e os incitado a atacar a fronteira brasileira contra o governo Bolsonaro. Porém… as imagens são de 2016.

Isso, entretanto, é só o começo. Ainda teremos muito mais fakes e pegadinhas. Portanto, preparem-se: será tragicômico.

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