BUENOS AIRES (Reuters) – A diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um acordo de financiamento de 50 bilhões de dólares para a Argentina nesta quarta-feira e desembolsará imediatamente 15 bilhões de dólares ao governo do país, informou o FMI em comunicado.
De acordo com o FMI qualquer desembolso dos 35 bilhões de dólares adicionais estará sujeito a revisões trimestrais pelo conselho.
A Argentina anunciou que estava recorrendo ao FMI em maio, após uma queda na moeda local. A medida foi politicamente arriscada para o presidente Mauricio Macri, já que muitos argentinos culpam as políticas de austeridade impostas pelo FMI por exacerbar a crise econômica de 2001 e 2002.
O governo de Macri se comprometeu a acelerar seus esforços para reduzir o déficit orçamentário como parte do acordo.
O presidente do banco central argentino, Luis Caputo, disse em entrevista aos jornais locais Clarín e La Nación nesta quarta-feira que a chegada dos fundos estabilizaria o mercado de câmbio do país.
O FMI informou que as autoridades argentinas usarão metade do desembolso inicial, ou 7,5 bilhões de dólares, para financiar o orçamento. O Tesouro e o Ministério da Fazenda disseram que venderão esses fundos nos mercados de câmbio em leilões diários previamente anunciados.
O peso argentino fechou em queda de 0,4 por cento na véspera, a 27,80 dólares, após fortes ganhos na segunda-feira, quando Caputo aumentou as exigências de reservas dos bancos.
Caputo disse que o mercado “operou com calma absoluta” na terça-feira após as ações do banco central. Os mercados argentinos estão fechados por conta de um feriado nesta quarta-feira.
(Por Luc Cohen e Jorge Otaola)