BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil abriu mais de 33 mil vagas formais de emprego em maio, com forte desaceleração em relação ao mês anterior, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo presidente Michel Temer pelo Twitter, quinto resultado mensal positivo consecutivo.
“Acabo de receber os números do Caged. Foram criados mais de 33 mil empregos formais no mês de maio no Brasil, com destaque para o Sudeste e Nordeste. No acumulado do ano, passamos de 380 mil novos postos de trabalho”, escreveu o presidente.
À tarde, o Ministério do Trabalho divulgou os números em detalhes, informando que foram abertas 33.659 vagas de trabalho formais em maio. No acumulado do ano, o número chega a 381.166 mil de postos abertos.
O dado representa uma queda de, pelo menos, 72 por cento ante o mês de abril, quando foram gerados 121.146 postos com carteira assinada, e de 25 por cento em relação ao total de 44.844 vagas formais de maio do ano passado, de acordo com os dados revisados pelo ministério.
O resultado do mês passado engloba o período da greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias no fim de maio, causando forte desabastecimento no país e afetando as projeções de crescimento econômico para este ano.
Dos oito setores pesquisados, seis ficaram no azul, foram eles: agropecuária (+29.302 vagas), Serviços (+18.577 vagas), construção civil (+3.181 vagas), serviços industriais de utilidade pública (+555 vagas), extrativa mineral (+230 vagas) e administração pública (+197 vagas).
O destaque do setor agropecuário foi o plantio de café, que abriu 25.411 mil vagas em maio. Em seguida aparecem o cultivo de laranja (+6.038 postos), criação de bovinos (+1.589 postos) e produção florestal-florestas plantadas (+877 postos).
Por outro lado, registraram queda o setor do comércio (-11.919 vagas) e o da indústria de transformação (-6.464 vagas). No caso do comércio, o resultado foi causado em grande medida pelo subsetor comércio varejista, que terminou maio com saldo de 9.710 postos fechados.
No âmbito da reforma trabalhista, foram criadas 3.220 vagas de trabalho intermitente e 1.981 de trabalho em regime de tempo parcial no mês.
A atividade vem mostrando perda de fôlego desde os primeiros meses de 2018, diante do desemprego ainda elevado e renda afetada. Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostrou que a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) estava em 1,76 por cento neste ano, frente a 3 por cento alguns meses antes.
(Reportagem de Mateus Maia)