Gilberto Kassab (PSD) ficará responsável pelas articulações políticas com o Planalto, Alesp e municípios
O governador eleito em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve anunciar oficialmente nesta semana secretários de pastas estratégicas para conduzir o governo paulista a partir de 2023. A prioridade de Tarcísio é abarcar técnicos e figuras consideradas conservadoras no primeiro escalão. Para isso, um espaço considerável será preenchido pelo PSD, PL e pelo Republicanos.
No fim de semana, o governador eleito sinalizou a indicação de Renato Feder na Educação; Eleuses Paiva (PSD) na Saúde; Natalia Resende na nova Secretaria de Transportes, Infraestrutura e Meio Ambiente; e Arthur Pinho de Lima na Casa Civil.
No entanto, o único secretário já confirmado por Tarcísio foi Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, que irá conduzir a pasta de Governo e que terá uma nova atribuição: a articulação do Palácio dos Bandeirantes com a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e com prefeitos de 645 municípios. Nas gestões anteriores, essa função era de responsabilidade da Casa Civil. Kassab, inclusive, chegou a ser nomeado para a mesma função no início da gestão de João Doria (PSDB), mas por impedimentos jurídicos foi desligado do cargo.
Nacionalmente, o PSD faz parte da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O convite, feito pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi aceito por Kassab nos primeiros dias do governo de transição do petista. Na prática, Kassab é visto como um elo entre o futuro governo paulista e Lula. Nos bastidores, petistas admitem que o presidente do PSD tem ajudado na articulação para aprovação da PEC da Transição, que deve deixar o Auxílio Brasil fora do teto de gastos. Na última sexta-feira (25), Kassab afirmou que os governos Tarcísio e Lula se unem na preocupação com a questão social, sendo que a gestão do petista será de centro-esquerda e a do futuro chefe do Executivo paulista será de centro-direita.
Na Segurança Pública, o mais cotado para assumir o cargo é o deputado federal Capitão Derrite (PL), um dos coordenadores do grupo de transição e que contribuiu para a elaboração do plano de governo de Tarcísio. O bolsonarista deve atuar ao lado da presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindpesp), Raquel Gallinati, também cotada para a pasta e que integra o grupo de transição.
O ex-vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), é cotado para assumir a Secretaria de Planejamento ou a de Projetos e Ações Estratégicas. O vice-governador eleito, Felício Ramuth (PSD), é cotado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Outro aliado de Kassab, Marcelo Branco, ex-secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo, é outro apontado como um dos preteridos de Tarcísio para comandar a Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Já na Secretaria da Mulher e Direitos Humanos, cogita-se a vereadora de São Paulo Sonaira Fernandes (Republicanos), que atuou como assessora do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
Na Secretaria da Fazenda, membros do PL especulam o ex-assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, o economista Samuel Kinoshita. A medalhista olímpica Maurren Maggi, que também integra a equipe de transição e foi cabo-eleitoral de Bolsonaro nas eleições, é favorita para assumir a Secretaria de Esportes.