Por Joyce Lee
SEUL (Reuters) – Delegações da Coreia do Norte e da Coreia do Sul concordaram nesta sexta-feira em realizar os primeiros reencontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, em três anos.
As reuniões, agendadas para o período do 20 a 26 de agosto, são uma questão delicada, especialmente para familiares idosos que participam de encontros emotivos depois de décadas de separação, e ocorrem de forma esporádica em épocas de boas relações entre as duas Coreias.
As organizações da Cruz Vermelha dos dois países prepararão os reencontros, que envolverão cerca de 200 pessoas selecionadas dos dois lados, disseram as entidades em comunicado conjunto depois de uma reunião de delegações.
Os reencontros estão entre as medidas prometidas pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, como parte de uma grande melhoria nas relações bilaterais ocorrida neste ano, após temores de guerra surgidos no ano passado em decorrência dos programas nuclear e de mísseis de Pyongyang.
“O mundo todo está admirado com os desdobramentos incríveis entre a Coreia do Norte e do Sul”, disse Pak Yong Il, líder da delegação norte-coreana nas conversas realizadas em um hotel no Monte Kumgang, destino turístico da Coreia do Norte.
As tensões entre as duas Coreias se amenizaram significativamente depois de uma cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong, Un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual os dois concordaram em trabalhar para a desnuclearização da península coreana.
Os reencontros acontecerão no Monte Kumgang, informaram os dois países, e 100 pessoas de cada nação serão escolhidas para rever parentes que não encontram há tempos.
Autoridades sul-coreanas pediram muitas vezes que as visitas fossem retomadas por serem “uma questão humanitária e de direitos humanos”, especialmente porque muitos dos indivíduos já estão na faixa dos 80 e 90 anos.
Os primeiros reencontros foram realizados em 1985, e cerca de 20 foram organizados desde então, os mais recentes em 2015.
(Reportagem de Joyce Lee; Reportagem adicional de Christine Kim e Haejin Choi)