Novos projetos da Embraer devem sair da linha de montagem até 2035. Modelos têm capacidade para até 30 passageiros
A Embraer anunciou suas propostas para aeronaves comerciais com propulsão híbrida e elétrica capazes de transportar entre 19 e 30 passageiros. Os modelos só serão entregues após as tecnologias de motorização ficarem prontas, a partir de 2030.
Os estudos envolvem as aeronaves Energia Hybrid E19-HE e E30-HE, ambas de propulsão híbrida-elétrica paralela que seria capaz de reduzir emissões de gás carbônico em até 90% por meio de combustível sustentável de aviação. Conhecido pela siga em inglês SAF, é produzido a partir de óleos de origem orgânica ou resíduos agrícolas e florestais. As aeronaves teriam motores turbo-hélices instalados na parte traseira das fuselagens, como os propulsores de jatos executivos.
A Embraer anunciou que estuda o E30-H2FC, para 30 lugares, com propulsão elétrica a hidrogênio. Com zero emissões de CO2, o novo aparelho também terá motores na traseira e ficaria disponível a partir de 2035. O E30-h2FC deve ser um passo mais ousado que seu irmão, o E19-H2FC, para 19 passageiros, anunciado em 2021.
Os novos projetos fazem parte do programa Energia, uma iniciativa da Embraer para zerar as emissões de poluentes na indústria da aviação até 2050. Segundo a fabricante, os dois projetos oferecem um caminho tecnicamente realista e economicamente viável.
O diretor-presidente para aviação comercial, Arjan Meijer, disse que a companhia estabeleceu metas ousadas para que esses conceitos cheguem ao mercado. “Com as novas tecnologias de propulsão aplicadas pela primeira vez em aeronaves menores, a Embraer está em uma posição única”, diz o vice-presidente sênior de engenharia, tecnologia e estratégia corporativa, Luís Carlos Affonso, em comunicado. Segundo ele, aviões de 19 e 30 lugares são pontos de partida mais adequados para estudos focados, uma vez que devem apresentar prontidão técnica e econômica mais cedo.
A Embraer tenta ocupar nichos de mercado. No passado, desenvolveu o turbo-hélice Brasília, para 30 lugares, a partir de um aparelho menor e anterior, o Xingu, um bimotor para nove passageiros. O Xingu teve 106 unidades produzidas entre 1976 e 1987, já o Brasília teve 357, entre 1983 e 2001, garantindo a existência da Embraer e abrindo as portas para as famílias de jatos regionais ERJ e E-Jet, com quase 3 mil exemplares. A partir dessa experiência, a companhia agora volta a projetar aparelhos menores para apostar em novas tecnologias de transição energética.
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