Exportadores de soja e demais commodities terão que provar que suas cadeias não estão ligadas ao desmatamento
O Brasil tem tecnologia e empresas capazes de cumprir as novas regras anunciadas pela União Europeia (UE) contra o desmatamento. De acordo com o CEO da bolsa de commodities em blockchain Gavea, Vítor Uchôa Nunes (imagem), o país tem avançado em soluções ESG e conseguirá provar o rastreio das commodities a serem importadas à União Europeia. Segundo determinações do bloco europeu, quem desejar exportar soja e outras commodities terá que demonstrar que não houve nenhuma ligação com o desmatamento. para tanto, será preciso apresentar declarações oficiais comprovando que toda a cadeia é manejada sem destruir florestas, Cerrado e Pantanal.
Se o produtor cumpriu as regras socioambientais exigidas, a empresa se apresenta como uma das que são capazes de atestar a origem dos grãos por meio de tecnologia blockchain. “Fizemos um piloto internacional, que foi base de um estudo de caso, onde 60 mil toneladas de soja tokenizada foi negociada do Brasil para Rotterdam, na Holanda. O resultado demonstrou que todos os princípios foram seguidos”, explicou Nunes.
A condução do estudo de caso e a verificação da solução foram feitas pela pesquisadora Julie Sigles Robert, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ela apresentou os resultados durante o Trade Hub, evento do Centro Global de Monitoramento da Conservação, ligado ao Programa para o Meio Ambiente da ONU (UNEP-WCMC) e à universidade britânica.
De acordo com o CEO, a plataforma soma mais de US$ 3 bilhões em ordens de compra e venda, correspondentes a mais de 9 milhões de toneladas de produtos, principalmente grãos, incluindo a carga negociada na transação-piloto.
