Por Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) – O governo britânico e líderes empresariais entraram em confronto sobre o Brexit neste domingo, depois que um ministro acusou as empresas de emitirem ameaças “completamente inadequadas” e minar a primeira-ministra.
A fabricante de aeronaves Airbus publicou na semana passada seu alerta mais contundente sobre o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia, dizendo que uma retirada sem acordo forçaria a empresa a reconsiderar sua posição histórica, colocando milhares de empregos britânicos em risco.
Outras empresas europeias com grandes operações no Reino Unido também começaram a falar após dois anos do plebiscito para deixar a União Europeia, expressando preocupações com uma falta de clareza sobre os termos de comércio quando o Reino Unido deixar o bloco em março.
“É completamente inapropriado que as empresas façam este tipo de ameaça por uma razão muito simples – estamos em um momento absolutamente crítico nas discussões do Brexit e isso significa que temos que apoiar (a primeira-ministra) Theresa May”, disse o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, à BBC.
“Quanto mais minarmos Theresa May, maior é a probabilidade de que terminemos com um acordo inadequado, o que será um desastre total para todos”, ele acrescentou.
A montadora alemã BMW alertou que a companhia teria que realizar planos de contingência em alguns meses se o governo não esclarecer logo sua posição pós-Brexit e o grupo industrial alemão Siemens disse que precisa urgentemente de clareza sobre como suas operações precisarão ser organizadas.
Os líderes de cinco grandes grupos de lobby de negócios também alertaram a primeira-ministra no fim de semana que a atual incerteza sobre o Brexit poderia custar à economia bilhões de libras.