Por Ossian Shine
NIZHNY NOVGOROD, Rússia (Reuters) – Harry Kane pode não ter participado ativamente de seu terceiro gol contra o Panamá neste domingo, mas ainda assim, a Inglaterra parece ter finalmente encontrado o atacante que precisava para chegar longe em competições internacionais.
Liderando o ataque, Kane capitaneou a Inglaterra em sua maior goleada em Copas do Mundo, marcou duas vezes com boas cobranças de pênalti, e conseguiu o “hat-trick” quando um chute desviou em seu calcanhar.
Depois disso, Kane deu lugar a Jamie Vardy para a maior parte do segundo tempo, e pôde refletir sobre a maior goleada da competição até agora, a maior da seleção inglesa em Copas, e uma recompensa como há muito não havia em mundiais para os torcedores ingleses.
“Um prêmio para realmente me orgulhar”, disse Kane, ao receber o troféu de melhor em campo. “Não há muitos jogadores que marquem um hat-trick numa Copa do Mundo, então estou extremamente orgulhoso.”
“Estou extremamente orgulhoso da maneira como jogamos, do trabalho duro (…) e também nos divertimos lá fora, o que também foi importante.”
Kane também se sentiu orgulhoso ao se tornar o artilheiro da Copa do Mundo de 2018, com seus cinco gols, ultrapassando o português Cristiano Ronaldo e o belga Romelu Lukaku, que ambos têm quatro gols.
Kane também se tornou o primeiro jogador inglês a marcar três vezes em uma Copa do Mundo desde Gary Lineker contra a Polônia em 1986, e o terceiro da história, depois dos três tentos de Geoff Hurst na final de 1966.
Tudo muito diferente de sua última competição internacional, quando, na Eurocopa de 2016, chegou como a principal esperança de gols dos ingleses em um time muito jovem, mas Kane parecia então estar cansado e fora de ritmo.
As coisas pareciam não melhorar, mas o então técnico Roy Hodgson manteve sua fé no atacante — mesmo que continuasse com a mania bizarra de usar seu centroavante para cobrar escanteios.
A entrada do veloz Marcus Rashford, que estava no banco, no lugar de Kane, mostrou como o atual capitão estava devagar, e o torneio acabou de maneira amarga para os ingleses após uma eliminação nas oitavas do torneio europeu, para a Islândia.
Agora, Kane parece estar mais preciso, mais confiante e mais relaxado — talvez galvanizado pela braçadeira de capitão — e agora marcou mais gols do que qualquer atacante inglês em uma fase de grupos da Copa do Mundo, com seus cinco gols batendo os três de Roger Hunt em 1966 e os de Lineker em 1986.
Suas finalizações têm sido clínicas: Kane marcou com todas suas cinco finalizações no alvo no torneio, e está um gol atrás do vencedor da chuteira de ouro Lineker em 1986, o então artilheiro e o jogador inglês a marcar mais vezes em uma Copa do Mundo.
“Vai haver muita gente falando sobre isso, mas ainda há um longo caminho a se percorrer”, disse. “A coisa mais importante é ajudar minha equipe a vencer (…) Até agora, tudo bem”.