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Vídeos – PF prende bolsonaristas envolvidos nos ataques em Brasília

Há 40 identificados por envolvimento nos crimes de tentativa violenta de golpe e abolição do estado democrático

Na esteira dos preparativos de segurança para a posse no novo presidente, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em escala nacional contra os suspeitos identificados por participação na tentativa de invasão da sede da instituição e nos atos de vandalismo em Brasília, na noite de 12 de dezembro. As buscas são executadas contra 11 pessoas e há outras 40 identificadas. Foram cumpridos 21 mandados judiciais de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso, Pará e Rondônia. A ação foi iniciada na noite desta quarta-feira (28), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Dos suspeitos detidos em prisão temporária, os primeiros identificados são Klio Damião Hirano, Átila Mello, Joel Pires Santana e Wenia Morais Silva, todos envolvidos nos atos em frente ao Forte Apache, o quartel-general do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), na capital federal. Eles devem ser indiciados por dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Todos ficarão nas sedes estaduais da PF para serem interrogados e indiciados. Há também a possibilidade de as prisões serem convertidas em provisórias, com todos sendo transferidos para a carceragem da PF. A operação foi batizada de Nero, em alusão aos incêndios criminosos provocados durante a noite de distúrbios. As penas máximas podem chegar a 34 anos.

Klio Hirano postou em redes sociais vídeos defendendo a derrubada por golpe militar do presidente democraticamente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ela também postou um vídeo durante a tentativa de invasão do prédio da PF para, supostamente, libertar o bolsonarista indígena José Acácio Serere Xavante. Em 2020 ela foi candidata à prefeitura de Tupã (SP) pelo PRTB – foi a última colocada, com apenas 364 votos (1,17%). Publicitária, ela afirma ter a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) como sua “madrinha”, chamando-a de Carlinha e postando imagens e vídeos de ambas juntas.

Klio Hirano, detida

Átilla Mello se apresenta como pastor e “patriota”. Ele foi encontrado em São Gonçalo, no estado Rio, na tarde de quarta-feira (28). Antes de ir para Brasília, ele passou dias no acampamento bolsonarista em frente ao Comando Militar do Leste, no Centro do Rio, revelam postagens em redes sociais. Ele chegou a fazer um pedido ao presidente Jair Bolsonaro (PL): “Depois que tudo isso acabar o Povo Patriota que estão nos Quartéis. Precisam de uma Bolsa Terapia e Bolsa Psícologo. Sofremos fortes emoções…”. “É sério gente preciso desse Auxílio”.

Átilla Mello, detido

Mello reclamou em redes sociais da prisão do indígena , que testemunhou. Após a prisão de ontem, sua esposa fez um vídeo “denunciando” a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, que se dizia pastor e cacique. Na ocasião, Mello afirmou que “ordem ilegal não se cumpre”.

Sua esposa denunciou a prisão do marido e reclamou do presidente Bolsonaro. “Cadê você, Bolsonaro? Cadê a sua caneta?”

Já Joel Pires Santana não foi localizado em um hotel em Brasília, pela manhã. Considerado foragido, foi localizado em São Francisco do Guaporé, em Rondônia. Ele é juiz de paz, pastor e teria conexões com grupos extremistas. Santana também frequentou os atos bolsonaristas na frente do QG do Exército. Uma quarta pessoa não foi identificada. Seria uma ex-assessora parlamentar do Rio, conforme anunciaram portais noticiosos, mas a informação não foi confirmada pela PF.

De acordo com a PF, durante coletiva de imprensa, “o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”. O futuro ministro da Justiça, Flavio Dino, comentou pelo Twitter: “Liberdade de expressão não abrange terrorismo”.

Posse de Lula

As ações da PF fazem parte de uma ação maior envolvendo a busca pelos patrocinadores de atos antidemocráticos e até de atentados durante a posse presidencial, marcada para domingo (1º). Foram detidos envolvidos na colocação de bombas e um militante bolsonarista que convocou atiradores para um atentado contra o presidente eleito. O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, confessou que pretendia explodir uma bomba e foi autuado por terrorismo. Na operação desta quinta há também quem tenha participado da montagem da bomba encontrada na na véspera de Natal, porém seus nomes não foram divulgados.

As investigações atingem também os patrocinadores e organizadores das centenas de bloqueios de rodovias federais e estaduais que ocorreram ao longo de novembro, após as eleições. Uma das respostas legais das autoridades foi um processo contra o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Ele virou réu por descumprir ordens do TSE, pedir votos irregularmente para Bolsonaro e ser omisso.

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