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Haddad diz que Bolsonaro deixou rombo de R$ 300 bilhões

“3% do PIB em aumento irresponsável de gastos e renúncias”, criticou. Novo governo tentará plano que dê confiança aos investidores

O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (2) que o aumento “irresponsável” de gastos e algumas renúncias fiscais promovidas pelo governo Bolsonaro deixaram um rombo de R$ 300 bilhões nos cofres públicos. A crítica foi feita na cerimônia de diplomação do ministro (imagem).

Haddad acrescentou que o rombo poderá ser revisto pelo atual governo – mas não deu prazo. Ele pretende enviar nas próximas semanas ao Congresso Nacional um “plano de sustentabilidade social, ambiental e econômica de longo prazo” para ampliar a confiança dos investidores na política econômica.

“O arcabouço fiscal que queremos remeter ao Congresso, logo no primeiro momento, terá premissas confiáveis […]. Não existe mágica, bala de prata ou malabarismo financeiro. O que existe é a garantir um Estado fortalecido com previsibilidade econômica, confiança, transparência”, disse.

Insanidade

O ministro disse ainda que a situação econômica do país foi prejudicada por medidas eleitoreiras praticadas pelo governo Bolsonaro, que distribuiu desonerações fiscais para empresas, “desobedecendo qualquer critério que não fosse ganhar a eleição a todo custo”. A seguir criticou, as desonerações no apagar das luzes assinadas pelo vice em exercício, Hamilton Mourão, eleito senador (Republicanos-RS).

“Mesmo depois da eleição, tivemos péssimo exemplo de transição: no dia 30 de dezembro foram capazes de publicar no Diário Oficial da União dois decretos que darão mais de R$ 10 bilhões de prejuízos aos cofres públicos. Esses são os patriotas que deixam o poder”, acrescentou.

“O custo é conhecido: 3% do PIB foram gastos em aumento irresponsável de dispêndios e em renúncia fiscal. Estamos falando portanto de um rombo de R$ 300 bilhões provocados pela insanidade”, disse ao afirmar que irá rever o que classifica como “atos ilegais” cometidos pela gestão anterior. “Portanto, não aceitaremos esse resultado primário previsto na atual lei orçamentária que prevê absurdos R$ 220 bilhões de déficit no orçamento de 2023”, complementou.

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