Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia mais de 1 por cento e se reaproximava do patamar de 3,85 reais nesta quarta-feira, influenciado pelo cenário externo, mesmo após o Banco Central voltar a atuar com mais força no mercado de câmbio.
As preocupações com a cena doméstica também pressionavam a trajetória da moeda norte-americana, em dia de liquidez comprometida devido ao jogo entre Brasil e Sérvia pela Copa do Mundo à tarde.
Às 12:11, o dólar avançava 1,21 por cento, a 3,8438 reais na venda, depois de bater a máxima de 3,8445 reais no dia. Na véspera, a moeda já havia subido 0,53 por cento. O dólar futuro subia cerca de 1,10 por cento.
“A conjuntura atual não nos ajuda em nada. Além de o cenário externo não estar ajudando, não temos nada para comemorar no doméstico”, avaliou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
O dólar subia ante uma cesta de moedas e já estava no patamar de 95 nesta sessão, além de se valorizar sobre moedas de países emergentes e exportadores de commodities, com os investidores ainda temerosos com as consequências de uma guerra comercial global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta manhã que vai usar um processo de revisão de segurança aprimorado para lidar com as ameaças de investimentos da China para adquirir tecnologia norte-americana em vez de impor restrições específicas. [nL1N1TT0L1]
Internamente, pressionava o mercado a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandoswki, decidiu que a venda de ações de empresas públicas, sociedades de economia mista ou subsidiárias e controladas exige autorização prévia legislativa sempre que tratar de alienação do controle acionário. [nE6N1RH02G]
“O mercado não gosta desse tipo de interferência política… inibe a entrada de dólares”, afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
O salto do dólar vinha mesmo após o BC voltar com mais força ao mercado, ao anunciar leilão de até 2,5 bilhões de dólares em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra. Vendeu 2,425 bilhões de dólares do total, bem mais do que os 500 milhões de dólares vendidos da oferta realizada no pregão de segunda-feira. [nE6N1TM006]
Na sessão passada, não fez leilão de linha e, nesta semana até agora, não fez leilão de novos swaps cambias.
Também realizou leilão de até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no futuro, já rolando 8,36 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume diariamente até o final do mês, fará a rolagem integral. [nEMN4HM47R]