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Vândalo do relógio é reconhecido por testemunhas

Irmã, vizinho, ex-chefe e locadora afirmam que bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira destruiu peça histórica de Dom João VI

Desde os atos golpistas de 8 de janeiro, moradores de Catalão, no interior de Goiás, questionam a identidade do homem que aparece nas câmeras de segurança do Palácio do Planalto jogando no chão o relógio de Dom João VI durante a invasão às sedes dos Três Poderes. Reportagem do O Globo deste sábado (21) mostra o local onde o indivíduo morava antes de participar dos atos em Brasília. Ao assistir às cenas explícitas de vandalismo, pessoas próximas ao suspeito afirmaram se tratar do mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos.

Uma das testemunhas é a própria irmã de Ferreira, que confirmou a identidade do homem que destruiu o relógio de Dom João VI. No entanto, ela evitou dar mais detalhes do rapaz e disse que está “muito triste” e “preocupada” com a situação.

A proprietária da casa alugada pelo suspeito também assegurou se tratar da mesma pessoa procurada pela Polícia Federal (PF). Desde novembro, segundo ela, Ferreira deixou de fazer os pagamentos mensais de R$ 400, justificando ter gastado dinheiro com as recorrentes viagens ao Distrito Federal (DF), onde participava do acampamento em frente ao Quartel General do Exército.

Na residência de Ferreira, a fachada da casa abandonada exibe uma bandeira do Brasil e um adesivo com a foto, nome e o número de campanha o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colado na parte superior do portão de entrada de veículo. O pintor Valderlei Gonçalves, que mora em um imóvel construído nos fundos do mesmo terreno e teve acesso ao interior da residência, relatou que o suspeito deixou para trás uma bíblia, uma faca, um boné com o nome de Bolsonaro, roupas e uma panela cheia de arroz.

O ex-chefe de Ferreira em uma oficina mecânica, Fernando Zorzetti, também confirmou ter reconhecido o ex-funcionário após ver a imagem na televisão. Ele disse que o golpista era “uma pessoa simples” e que acredita que “pode ter confundido” o relógio centenário “com um vaso de planta”.

A relíquia de Dom João VI estilhaçada no Planalto é uma das duas peças existentes do relojoeiro francês Balthazar Martinot. A outra está exposta no Palácio de Versalhes, na França, no quarto que foi da rainha Maria Antonieta, e tem metade do tamanho do item destruído pelo mecânico. Símbolo do vandalismo provocado pelos invasores, o presente histórico só poderá ser reconstruído com ajuda internacional.

Na foto de perfil do WhatsApp de Ferreira, há uma foto do acampamento no DF com um boneco extraterrestre verde segurando uma faixa com a mensagem “Intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

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