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Consumo de energia cresceu 1,5% em 2022

Retomada dos setores de Serviços e Comércio, além de indústrias voltadas à exportação, impulsionaram demanda

O consumo de energia elétrica no Brasil aumentou 1,5% em 2022 em comparação com o ano anterior e alcançou 67.275 megawatts médios. Foi o segundo ano consecutivo de alta, sinal da retomada de setores da economia que, no começo da década, atravessaram os desafios impostos pela pandemia.

O mercado livre, no qual as grandes indústrias e redes de comércio e serviços podem escolher o seu fornecedor de energia, tem puxado o resultado para cima. O ambiente utilizou 7,2% mais energia no ano passado do que em 2021, um total de 24.496 MW médios. O segmento já representa 36,4% de todo o consumo nacional. Destaque para os setores de Serviços (16,2%), Madeira, Papel e Celulose (12,7%) e Comércio (10,5%).

No segmento regulado, aquele em que as residências e pequenas empresas contratam seu abastecimento diretamente das distribuidoras, houve queda de 1,4%. A carga somou 42.769 MW médios. Três fatores explicam a retração: a migração de consumidores para o mercado livre, a disseminação dos painéis solares e a influência de temperaturas mais baixas que as registradas em 2021, o que reduz o uso de aparelhos de ar-condicionado.

Dos 15 setores que contratam energia no mercado livre monitorados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 13 registraram aumento no consumo no comparativo anual. Serviços e Comércio mostram recuperação expressiva após o fim das restrições para o enfrentamento da pandemia. O ramo de Madeira, Papel e Celulose ampliou sua produção para suprir a demanda global por matéria-prima brasileira, que aumentou após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Já a indústria têxtil foi afetada negativamente por fatores conjunturais, como juros altos e inflação acumulada, além de escassez de matéria-prima.

Consumo

Entre os estados, o Maranhão teve a maior alta, com variação de 13,5%, seguido por Rondônia (10,4%) e Mato Grosso (6,4%). Além da influência do mercado livre, o fator climático, com temperaturas acima das registradas em 2021, impulsionou o consumo no ambiente regulado, com maior uso dos equipamentos de refrigeração. O cenário inverso, com mais chuva e temperaturas mínimas abaixo da média, especialmente no segundo semestre, levou a retração em boa parte do Nordeste, com destaque para Paraíba (-2,2%), Piauí (-4,2%) e Rio Grande do Norte (-4,7%).

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