Presidente enviou carta para ser lida em conferência na França e alertou ser preciso evitar que plataformas ameacem a democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a regulação das redes sociais deve ser uma das prioridades da agenda global. Segundo o petista, é preciso evitar que plataformas ameacem a democracia e a interação civilizada entre as pessoas. As declarações foram lidas pelo secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, nesta quarta-feira (22), na conferência global Internet for Trust, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris.

O encontro debate propostas para regulamentar as redes sociais e combater a desinformação e as fake news. Além de Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e o influenciador digital Felipe Neto também participam do evento na França.

No texto, Lula afirma que o ambiente digital – “de poucas empresas” – causou riscos à democracia e também à saúde pública. “O discurso de ódio faz vítimas todos os dias. Além disso, os mais vitimizados são os setores mais vulneráveis de nossas sociedades”, acrescentou Lula.

O presidente ressaltou que a comunidade internacional precisa “trabalhar para dar respostas eficazes a esta questão desafiadora dos nossos tempos”. Segundo Lula, é preciso garantir o direito da sociedade “a informações confiáveis, e não a mentiras e desinformações”. O atual mandatário reiterou que o Brasil pode contribuir de forma significativa para a construção de um ambiente digital mais justo e equilibrado, baseado em estruturas de governança transparentes e democráticas.