O ex-ministro da Justiça segue preso e alega não ter como pagar pelo crime ambiental
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, detido desde 14 de janeiro, está cada vez mais enrolado com a lei. Na última sexta-feira (24) ele foi multado em R$ 54 mil pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) por manter ilegalmente em cativeiro cerca de 60 aves silvestres.
O crime foi descoberto após investigações feitas no ano passado por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a partir da identificação de informações inconsistentes no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass). Os agentes levaram os animais para os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Brasília.
De acordo com o site O Antagonista, os espécimes estavam em sua casa, em um condomínio em Brasília, mesmo local onde foi encontrada a minuta do golpe. Por meio de seus representantes legais, Torres afirmou que irá recorrer da multa, pois não disporia de recursos.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que Torres tinha autorização para a criação de passarinhos, mas outras espécies no local, sem especificar quais, e que algumas informações não batiam com as dos registros – ou seja, indicando posse ilegal. Algumas aves tinham anilhas de identificação incorretas e um espécime tinha uma pata mutilada. Não foi informada a área exata onde as aves se encontravam e nem o tamanho das gaiolas.
Preso por suspeita de facilitar o ataque golpista à Praça dos 3 de Poderes, em 8 de janeiro, quando secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), o agente público que chefiou a pasta da Justiça até o final de dezembro foi cogitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tinha uma carreira como delegado federal. Agora ele é suspeito de cometer crimes em série. Torres atentaria contra a democracia com a mesma desenvoltura com que prejudica a fauna, ignorando o ordenamento jurídico da qual foi um dos maiores expoentes republicanos durante o governo Bolsonaro (2019-2022).
O que MONEY REPORT publicou: