Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que novas exigências do órgão que ameaçavam atrasar tratativas para a realização de um mega leilão de áreas do pré-sal, pré-agendado para 29 de novembro pelo governo federal, serão válidas apenas a partir de 2019, segundo aprovou o plenário da corte nesta quarta-feira.
Em uma instrução normativa publicada no Diário Oficial da União na semana passada, o TCU havia definido que o governo deve apresentar informações para a realização de leilões com 150 dias de antecedência.
Essa regra poderia impedir a licitação do pré-sal, uma vez que a União não está preparada para enviar informações sobre o certame, que ainda depende de uma série de outras questões, como a aprovação de um projeto de lei pelo Congresso, que inclusive é crucial para viabilizar um acordo entre Petrobras e governo necessário para o leilão.
Mas o TCU decidiu agora que haverá uma regra de transição, por meio de uma alteração na instrução normativa, que adiará para 2019 o início da nova exigência de prazo, o que elimina essa incerteza sobre a realização do importante leilão em novembro.
“É uma notícia excelente… Continuamos trabalhando para 29 de novembro”, afirmou à Reuters o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
A ideia do governo é leiloar um excedente de óleo e gás na região associada ao chamado contrato da cessão onerosa, que concedeu à Petrobras o direito de produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente em determinadas áreas do pré-sal. Isso porque acredita-se que a região possui volumes muito superiores aos previstos no contrato.
Em declarações anteriores, o governo informou que o Tesouro poderia arrecadar até 100 bilhões de reais com um leilão dos excedentes. Mas a licitação depende de um acerto entre Petrobras e governo.
Ao assinar o acordo da cessão onerosa, em 2010, a Petrobras pagou 74,8 bilhões de reais à União pelo direito de explorar as áreas. No entanto, uma revisão desse valor já estava prevista desde o início, com base em variações de indicadores como preço do barril de petróleo e dólar.
A estatal tem defendido que é credora nessa renegociação, e um acerto com a União sobre o tema é necessário para liberar a realização do leilão de excedentes.
(Por Marta Nogueira; Edição de Luciano Costa)